SAI, SAI DA MINHA VIDA
Calhou de passar em frente a uma televisão. Como um mal nunca vem só, falava cardeal. Como dois males nunca vêm só, o som estava alto e o cardeal ainda estava lá. Não gosto de cardeais. Portugal é um estado laico e não devem ser dados favores a nenhuma ordem religiosa, qualquer que seja. A liberdade (religiosa, sexual, etc.) não depende da estatística e por isso os argumentos da “representatividade” (“uma grande parte da população portuguesa é católica”; “ai, é a tradição”) não são válidos. O cardeal não tem legitimidade para me representar (quando muito teriam os políticos eleitos, o que já de si é altamente duvidoso) porque, mais uma vez, não é uma questão de números mas uma questão de liberdade (e o direito de desligar a televisão, ou de sair da sala, não basta; é a possibilidade de a situação – o favor – acontecer e se repetir que está em causa). A televisão, e todos os organismos e pessoas que directa ou indirectamente permitem um favorecimento deste tipo, estão a desrespeitar todos os portugueses que se consideram livres, sejam ou não católicos. Numa rádio longe dali passava uma canção de Natal.
Rui Costa
Rui Costa
5 Comments:
Clap! Clap!
«Sai da minha vida»! Belo título para um ex-candidato a p...hóstias!
muito, muito, muito bem. merece um bravô, mesmo assim, com acento e tudo.
saudações castas d´a gerência
Ainda és excomungado, cruzes, canhoto, meu ganda herege!
obrigado
povo
és mesmo
bom tipo
obrigado pela foto e comentários e que a excomunhão caia sobre nós.Rui Costa
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