prossegue a camioneta
nesta irregularidade de vago
ocupado logo o da frente
com o velho cabeceando
seguindo-se os três miúdos
feios e tossicando a amargura
de casa trazem as roupas coçadas
as sombras das priscas
que o pai consome
até ao tutano a maçã roída
da rapariga do grupo
a única que ri com os brincos
de prata a tez e macilenta
a face por onde caem os olhos
e se depositam o dos rapazes
nesta irregularidade de vago
ocupado logo o da frente
com o velho cabeceando
seguindo-se os três miúdos
feios e tossicando a amargura
de casa trazem as roupas coçadas
as sombras das priscas
que o pai consome
até ao tutano a maçã roída
da rapariga do grupo
a única que ri com os brincos
de prata a tez e macilenta
a face por onde caem os olhos
e se depositam o dos rapazes
Ana Paula Inácio nasceu no Porto, em 1966. Publicou dois livros de poesia - As Vinhas de Meu Pai (Quasi, 2000) e Vago Pressentimento Azul Por Cima (Ilhas, 2000) e um livro de contos - Os Invisíveis (Quasi, 2002). Está representada nas antologias Anos 90 e Agora (Jorge Reis-Sá, Quasi, 2001) e Poetas Sem Qualidades (Manuel de Freitas, Averno, 2002). Vive nos Açores, onde ensina Filosofia.
<< Home