18.6.06

COLAGEM: PRÁTICA(S) DA (I)MEMÓRIA

«… Chinteya, uma rapariga de 4 anos, assustada chorava. Um soldado, simulando compaixão, aproxima-se e, acariciando a criança, pergunta-lhe se está com fome. Sem porém esperar a resposta, continua «Toma o biberão». E metendo à força o cano duma arma pela boca da criança, diz: «Chupa». E dispara. A criança cai com um rombo na nuca. Não foi Chinteya a única vítima tratada assim, várias outras tiveram a mesma sorte.»

in Relatório dos Padres da Missão de S. Pedro sobre os massacres de Tete em 16-19 de Dezembro de 1972. Extracto de MASSACRES DA GUERRA COLONIAL, Edições Ulmeiro, Lisboa.

DESTITUIR-ME
DA COROA E TEIA
DE SER
HUMANIDADE:
-
PIOR QUE TUDO
SÃO OS CRIMES POR EXPIAR!

J. O Travanca-Rêgo

J.O. Travanca-Rêgo
nasceu em Vila Boim (Elvas) a 31 de Outubro de 1940. Licenciado em Filosofia, começou a publicar em 1959 (jornal Linhas de Elvas). Posteriormente, colaborou em vários jornais e revistas, estando também representado em diversas publicações de carácter colectivo. Dos seus livros de poesia publicados, destacamos Hiatos (Editorial Diferença, 1998) e Da Poesia – dois segmentos (Black Sun Editores, 1999). Morreu em 2003.

1 Comments:

At 11:14 da tarde, Anonymous Anónimo said...

Eu tinha dez anos. e estava em outro lado do mesmo inferno.
Mecula, último passo para o Niassa, Moçambique.

 

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