17.1.07

OS IMBECIS PASSEIAM O SEU ESPLENDOR

Dakar
foto respigada aqui

Qual é a piada de andar a subir e descer dunas in carrões perfumados de despique neo-colonialista por países de gente esfomeada? Isto é que é aventura? Isto é que é ser radical?
Rui Costa

15 Comments:

At 12:54 da tarde, Anonymous Anónimo said...

Se consultares a página http://www.dakar.com/2007/DAK/presentation/pt/r2_2-l-humanitaire.html, verás que talvez não tenhas assim tanta razão no que dizes...
PB

 
At 4:38 da tarde, Anonymous Anónimo said...

PB: isso é um site oficial, ligeirissimamente tendencioso. vê outros links, como este: http://pimentanegra.blogspot.com/2006/12/rali-lisboa-dakar-o-rali-mais-estpido.html

Rui Costa

 
At 6:01 da tarde, Anonymous Anónimo said...

O Dakar conseguiu uma nova dimensão nos anos 2000. A A.S.O. debruça-se presentemente sobre a questão da ajuda aos países africanos com ambições revistas em alta. Sendo a eficácia uma prioridade, a A.S.O. chegou à conclusão que seria oportuno unir os seus esforços aos profissionais da assistência humanitária. SOS Sahel International France, fundação presente desde 1978 e que conhece perfeitamente as realidades do terreno, revelou-se o parceiro mais adequado para orientar os investimentos efectuados no domínio da protecção ambiental.

Em 2002, a A.S.O. lançou o programa Acções Dakar no âmbito de uma parceria com a SOS Sahel. A preocupação da preservação dos recursos naturais, a melhoria das condições de vida, mais precisamente de higiene, são os eixos principais do programa. O modus operandi decidido corresponde exactamente ao estado de espírito desejado pela ASO, devendo as diferentes acções ser iniciadas e executadas pelos responsáveis actores locais, sempre no âmbito de uma politica de desenvolvimento sustentável.

A ambição das Acções Dakar é de facto valorizar as competências locais confiando a determinados grupos projectos de pequena envergadura (entre 2000 e 5000 € por acção), ou seja "ensinar a pescar em vez de oferecer o peixe". A longo prazo, o maior impacto será certamente no plano da consciencialização para a questão ambiental nas cidades e nas aldeias beneficiadas. Para além das melhorias imediatas das condições de vida, a vantagem das Acções Dakar será julgada principalmente em relação à sua perenidade.

O primeiro plano de acção foi executado na região de Louga, no Senegal. A renovação da parceira, assinada em 2005 por mais um período de três anos, prevê a extensão das Acções Dakar à Mauritânia, onde estão já em estudo diferentes projectos solicitados por agrupamentos de aldeias.

ACTIONS DAKAR EM NÚMEROS
- 106 projectos
- 271.000 pessoas abrangidas
- 600.000 € financiados a 75% por A.S.O. ao longo de seis anos

Sensibilização - Educação ambiental
- 53.000 pessoas sensibilizadas para as boas práticas ambientais
- 23 emissões radiofónicas
- 2.600 pessoas formadas nas técnicas de gestão dos recursos naturais

Protecção, valorização dos solos e dos recursos florestais
- 2.480 lareiras de melhor construção
- 318.000 plantas produzidas nos viveiros
- 129.000 pés plantados
- 31.700 novas cepas protegidas graças à regeneração natural assistida
- 210 estrumeiras criadas
- 6 dunas fixadas
- 1.023 hectares protegidos para permitirem uma regeneração florestal natural

Protecção sanitária e higiene da água
- 3.300 famílias beneficiam da recolha de lixo
- 209 bilhas com torneira (reservatórios de água) postas em serviço
- 90 latrinas e 62 sarjetas construídas
- 7 charcos regularizados
- 24 sistemas de recolhas de lixo apoiados pela entrada em serviço de 53 carroças atreladas



Contacto: actionsdakar@sossahel.org
Em 1986, à margem do Dakar foi montada uma operação que reuniu inúmeros parceiros. Paralelamente à progressão do rali, uma outra caravana atravessa África levando a cabo acções em prol das aldeias do Sahel. Desta vez, serão as associações já existentes que acompanham o rali e organizam o transporte do material. No total, a caravana humanitária inclui aproximadamente quinze veículos e cerca de trinta pessoas.

A caravana humanitária acompanhou o rali durante quatro anos, no decorrer dos quais os parceiros puderam contribuir com a sua ajuda fornecendo, designadamente, material agrícola (debulhadoras de arroz, sementes, bombas de água...)
Os organizadores do rali foram posteriormente confrontados com um facto cruel. Devido à falta de meios e de contrapartes, a perenidade dos investimentos efectuados para ajudar os habitantes das aldeias nem sempre ficou assegurada. Uma parte do material foi sub-utilizada, e até mesmo completamente perdida, devido a dificuldades técnicas e financeiras relacionadas, designadamente, com a exploração das bombas de água.

Nos anos 90, a escolha dos organizadores recaiu em acções mais focalizadas. Foram organizados projectos ambiciosas, estendidos por vários anos, na Nigéria, na Mauritânia, no Mali e no Senegal:

- 1991: construção de um dispensário-maternidade no Senegal, na aldeia de Niaga Wolof, próxima do Lago Rose
- 1993: construção de um dispensário-maternidade na Nigéria, na aldeia de Gazamni
- 1997: construção de um colégio na Mauritânia, na aldeia de Zouerat
- 1998: construção de uma escola no Mali, na aldeia de Koudathiou
- 1999: construção de um depósito de água em altura na Mauritânia, na aldeia de Akjouj. Iluminação parcial da cidade de Agadez (Nigéria)

A iniciativa adoptada foi grandemente alterada na sua essência, visto que as experiências anteriores convidavam à orientação dos esforços para o acompanhamento das execuções. Foram assim feitos investimentos regulares mais pequenos, mas indispensáveis ao funcionamento das instalações: formação de parteiras, realização de furos...

Depois de ter serpenteado o Sahel e recenseado as necessidades mais urgentes, Thierry Sabine criou em 1985, juntamente com Daniel Balavoine, a Aposta no Coração, "na qual cada um participa para fazer ganhar os outros". Graças ao alcance mediático do evento e à sinceridade genuína dos dois embaixadores, o projecto vingou rapidamente no coração da opinião pública, sensibilizada para os dramas vividos pelas populações do Sahel.

A água é vida
Após se ter chegado à conclusão que a problemática da água era a mais decisiva, foi iniciado um movimento de solidariedade que assentou essencialmente na instalação de bombas de água. Sabendo que, por exemplo, uma bomba de irrigação permite beneficiar 50 hectares de terras (ou seja 500 toneladas arroz), o objectivo de conseguir a auto-suficiência alimentar passou a ser então possível nas zonas em questão. Após a morte de Thierry Sabine em 1986, o pai, Gilbert, continuou a acção da Thierry Sabine Association na Nigéria, na Mauritânia, no Mali e no Senegal. Cinco anos mais tarde, foi feito um balanço das acções:

- 147 bombas de água instaladas
- 300 ³ de medicamentos e material médico distribuídos
- 40 ³ de livros e material escolar
- 50 ³ de pequenas ferramentas agrícolas
- 7 veículos
- 500 000 doses de vacinas
Os concorrentes do Dakar sentem-se forçosamente atraídos por estes países, sendo evidentemente sensíveis à austeridade das condições de existência das suas populações. Desde os primeiros anos, os concorrentes tomaram inúmeras iniciativas individuais, frequentemente pequenas, e sempre discretas. O camionista que transporta uma carga de vestuário ou de materiais escolares nunca teve a pretensão de salvar África, mas terá tido a certeza de que o seu gesto seria útil a uma escola de aldeia.

Durante muito tempo, as acções levadas a cabo pelos concorrentes assentaram nesta vontade. Posteriormente, e pouco a pouco, os projectos foram sendo estruturados, implicando designadamente, e cada vez mais, patrocinadores europeus. Hoje, para uma maioria dos concorrentes, a preparação do rali inclui a realização de uma acção humanitária ou pedagógica.

Determinados projectos têm uma envergadura considerável, a exemplo do dispositivo empregue pelas equipas participantes sob a insígnia Repsol (Mitsubishi, KTM - Espanha), que permitiu organizar o aprovisionamento durante um ano de medicamentos e de material médico a vários hospitais que se encontravam no percurso. O holandês, Frits Hessing, reuniu 150 000 € que servirão para contribuir para o tratamento de mulheres grávidas, tendo por objectivo reduzir o risco de transmissão do vírus da Sida às crianças, o que demonstra que o concorrente tem uma visão mais alargada do Dakar. Mas, quer se chamem Yannick Guyomarch, bombeiro em Paris e coordenador de um projecto de equipamento informático para escolas marroquinas, ou José Manuel Salinero, que distribuiu brinquedos a mais de 800 órfãos entre Nouakchott e Dakar depois já de ter abandonado o rali, todos estão conscientes de que o Dakar não é apenas uma mera corrida.
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At 6:24 da tarde, Anonymous Anónimo said...

Não podia estar mais de acordo, Rui. Quanto aos dados apresentados, não me impressionam: é como os caçadores que pagam uma quota para poderem caçar nas reservas associativas. No fundo, compra-se uma consciência tranquila com uns tustos. Gostava de ver dados, por exemplo, sobre o impacto do Dakar nos ecossistemas atravessados. É que o deserto, ao contrário do que reza o senso-comum, não é aquele lugar inóspito e desprovido de vida onde o único movimento visível é o das tempestades de areia. Acho que percebo o sentimento do Rui Costa: também me é insuportável a ideia de pessoas cuja actividade exclusiva, salvo raras excepções, é a de tentar adiar a morte por mais um dia, verem as povoações onde vivem e os cenários onde caçam e pastoreiam, invadidos por roncos de motores, pás de helicópteros, poeirada e malta a irradiar espírito festivo por todo o lado.

 
At 6:47 da tarde, Blogger MJLF said...

Queres mudar o mundo e sentes-te impotente? A denuncia de situações injustas é um bom começo,mas isso está tão distante. Proponho-te algo bem mais dificil:começa por ti próprio, questiona-te, começa com o teu dia-a-dia, com o que está perto de ti, com pequenas coisas que te parecem insignificantes e nas quais não reparas ou dás a atenção devida.
Boa sorte
Maria João

 
At 6:53 da tarde, Anonymous Anónimo said...

Lamento que gente séria e de bom gosto como o Rui Costa e o Rui Lage estejam ao lado do Vaticano que condenou de forma odiosa e nojenta o Lisboa-Dakar

«A “corrida da irresponsabilidade”. É assim que o jornal do Vaticano, L’Osservatore Romano, classifica o Lisboa-Dakar, na sequência da morte do motard sul-africano Elmer Symons, de 29 anos.
O editorial da edição de 11 de Janeiro apresenta uma dura crítica à corrida, ainda apresentada erradamente como Paris-Dakar, lembrando as 54 vítimas da prova, a que se somam ainda oito crianças e duas mulheres.

“Com uma atitude cínica, que ignora por completo a realidade que atravessam, lançam-se no deserto automóveis, motos e mesmo enormes camiões, a velocidades loucas, cujos destroços ficam abandonados, muitas vezes, como monumentos à irresponsabilidade”, refere a peça.

O Osservatore Romano considera que o Dakar tem pouco de “sã competição” e lembra o “rasto de sangue” que cresce, ano após ano, na rota da corrida, como preço da tentativa de “exportar modelos ocidentais” para ambientes humanos e ecossistemas que, de ocidental, “têm muito pouco”.»

(fonte: http://www.agencia.ecclesia.pt/noticia.asp?noticiaid=41259)

 
At 6:56 da tarde, Anonymous Anónimo said...

o link é http://www.agencia.ecclesia.pt/noticia.asp?noticiaid=41259

 
At 9:29 da tarde, Anonymous Anónimo said...

eu ou o advogado do diabo:

Os desportos automobilizados tem sido a primeira linha de aplicabilidade e até motor de desenvolvimento tecnológico de muitas inovações que aplicadas aos veículos comuns têm permitido salvar muitas vidas, nomeadamente: Cervo-freios, controlo de tracção, melhorias de suspensão.
No plano ecológico, e desde que se impôs um nº máximo de abastecimentos (formula1), alguns progressos foram vistos na eficiência energética dos motores.

Vamos falar de futebol?
Aurora silva

 
At 2:05 da manhã, Anonymous Anónimo said...

Ó Maria João, você faz-me pensar se a santa madre igreja não terá, tão discretamente que nem demos por isso, aceite a investidura de mulheres com o fito de colmatar o défice de padres do sexo masculino! Que bela pregação a sua. Quase me comoveu! Ou anda a assistir ao Dr. Phil? "Começa por ti próprio, questiona-te, começa com o teu dia-a-dia, com o que está perto de ti". Bonito pra cacete!!!

Vaticano...!? E quem é que falou na morte de "motards"...!? De qualquer forma, quem para lá vai sabe ao que se sujeita...

Cara Aurora, os automóveis, no âmbito desportivo ou "civil", são os principais responsáveis pela emissão de CO2. Hoje dormirei melhor, asseguro-lhe, depois de saber "que se impôs um nº máximo de abastecimentos" na fórmula 1. Ufa, já não era sem tempo!

Plantar batatas?

 
At 12:21 da tarde, Anonymous Anónimo said...

realmente, os escanzelados devem pensar em motores pra caralho.

e, vendo bem, toda a gente devia fazer o Lisboa-Dakar, com um padre como co-piloto a distribuir hóstias pla janela.

(as Tabaqueiras também são generosas, veja-se este pequeno exemplo de 2003 –

“…A visita de Manuel Maria Carrilho insere-se no âmbito da recente criação da Rede Nacional de Teatros e Cine-Teatros e Rede Municipal de Espaços Culturais, dois projectos anunciados em Março passado que visam dotar até ao ano de 2003 as capitais de distrito e principais municípios de recintos culturais equipados para acolher espectáculos de teatro, música e dança.
A acção conta com o apoio mecenático da Tabaqueira, orçado em um milhão e meio de contos.” –

e perceba-se um pouco mais (de marketing).

Rui Costa

 
At 2:05 da tarde, Anonymous Anónimo said...

Caro(s) Rui(s)

Apenas quis dizer que existem outros “desportos” que também são de imbecis a passear ostentação. Por exemplo a aberração ambiental de regar quilómetros de relva no Algarve para que meia dúzia de privilegiados batam com um taco na bola, enquanto a agricultura definha por falta de água.
Se começar pelo “advogado do diabo” não foi suficiente, realmente não me sei expressar.
: ) quanto às batatas, os vasitos cá em casa são demasiado pequenos para projectos tão ambiciosos, fico-me pelas rosas de Maio.

Aurora

 
At 2:45 da tarde, Anonymous Anónimo said...

Aurora, fiquei com remorsos. Um nome tão bonito como o seu não pode ter nada de diabólico :)

Os únicos desportos que aprecio não passam na TV. São actos solitários, de comunhão com a natureza. Mexem com o físico, mas também com o olhar, obrigando a pensá-lo. Depois, bem, depois há o Reinhold Messner, esse enigma, para quem já não acredita em heróis:

http://altamontanha.com/news/23/news/news_item.asp?NewsID=109

http://www.reinhold-messner.de/

http://pt.wikipedia.org/wiki/Reinhold_Messner


Quanto aos relvados no Algarve, de acordo, com a atenuante de que sempre se trata de verde, e não de manchas de óleo. Um dia a Terra vista do espaço não mais se poderá dizer azul, com tanto campo de golf. Mas não vale a pena culpar o descalabro da agricultura à conta dos tacos. O Alqueva ali está, com água para dar e vender. Entretanto, o golf sempre vai criando alguns postos de trabalho, digo eu...

 
At 2:57 da tarde, Anonymous Anónimo said...

:)
argumentando e repare apenas pelo gosto da discussão.
entre a auto-europa yasaki-saltano etc etc etc e os empregos dos campos de golfe não há comparação.Claro que a água do alqueva viabiliza o negócio, mas não existirão fins mais nobres para um recurso tão importante?

para mim desporto é pegar num caiaque em penacova e remar até coimbra.
Aurora.

 
At 5:59 da tarde, Blogger MJLF said...

Caro Rui Lage,
Sei que sou um pouco otária, deixei aqui umas palavras para provocar apenas, não ando a pregar, não fui eu que falou em Igreja aqui. Quanto à Igreja, não simpatizo com instituições, até porque a maior de todas é a mediocridade. Nós não nos conhecemos - aliás, só nos cruzamos uma vez pessoalmente - por isso é natural que me esteja a intrepretar-me mal, nomeadamente, o meu humor. Estava apenas a chamar a atenção para o facto de existirem pequenas coisas ao nosso lado ou debaixo do nosso nariz que não vemos, situações terríveis, e que essas também são importantes, e que nos cruzamos directamente com elas todos os dias. Porque existe muita miséria em Portugal. Quanto ao post, parece-me muito bem o que o Rui está a fazer, as minha palavras eram apenas uma ajuda
Maria João Lopes Fernandes

 
At 6:01 da tarde, Blogger MJLF said...

Quem é o Dr. Phil? Isso dá na televisão?

 

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