TESOURINHO DEPRIMENTE
Uma das cenas mais ridículas na televisão portuguesa dos últimos anos, ocorre num programa de seu nome Sempre em Pé - programa supostamente humorístico, todo ele algo deprimente, exibido na RTP2 (TV2? 2:?). O apresentador, Luís Filipe Borges, senta-se, o que, por si só, deverá ser interpretado como um movimento de ironia num programa com o nome que é o deste. À sua frente está qualquer coisa que tanto pode ser um computador portátil aberto como, porque nós não sabemos, uma pianola de brincar. Atrás do computador, ou à frente, dependendo da perspectiva, o apresentador como que sugere estar a escrever o endereço electrónico para onde os telespectadores deverão enviar os seus vídeos caseiros, todos eles ligeiramente mais deprimentes que o programa em si. Nós não sabemos se ele está a teclar o endereço, se aquilo é um computador, só sabemos que os gestos do apresentador sugerem essa acção. A questão é: para quê? Não bastava dizer o endereço? De certa forma, aquele momento faz-me lembrar uma cena ocorrida durante uma reportagem realizada numa qualquer edição do Festival Vilar de Mouros. Uma indígena, na casa dos seus 50, ao ser abordada por um jornalista que pretendia saber se a senhora já tinha visto um fenómeno tão extraordinário como aquele que então presenciava, respondeu: «Não, assim não. Quer dizer, só vi na rádio.» Luís Filipe Borges tem cara de bom rapaz, por certo saberá fazer melhor.
1 Comments:
programa é, quanto a mim, muito mau. consigo vê-lo e não esboço um sorriso. muito mau, mesmo
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