APOSTÉMICO
Não me choca haver quem sinta saudades do ditador Salazar. Há gente para tudo, até para a nostalgia de tempos em que respeito era sinónimo de bico calado e liberdade carta fora do baralho. Como disse, há gente para tudo. Até para apreciar melancolicamente a figura do ditador que condenou este país a quase quinze anos de guerra, sob pretexto de que lugares tão portugueses quão Angola, Moçambique e Guiné-Bissau o sejam, eram uma extensão natural do território lusitano. Pois, não me incomoda nem choca existir gente com este tipo de devoções. O que me deixa sem resposta é haver tanto bom democrata que dá trela a essa gente como se isso nada fosse. O que me deixa sem resposta é olhar-se essa gente com a mesma complacência com que se olha uma criança toda borrada de chocolate. Quanto menos portugueses, mais portugueses. E dos piores que há.
6 Comments:
Não são saudades... se há coisas terríveis que o futuro conseguiu afundar há outras coisas que se afogaram e que merecem ser recordadas.
O fenómeno da nostalgia da ditadura é assustador, mas um amigo argentino contou-me que no seu país também existe - é triste, não sei se isto ajuda, mas não acontece apenas entre os portugueses.
Maria João
Na minha terra costumava dizer-se algo que seria adequado nestas circunstâncias.»quanto mais se mexe na merda, mais mal ela cheira»...Já viu o tempo que o Jornal das 21 da Sic-Notícias a entrevistar o Jaime Nogueira Pinto - o pobre do entrevistador, sempre bem p+reparado, bem tentava contraditá-lo, mas de nada adiantava.
Joana pires
eu já nem percebo nada
África é África, houve um tempo em que se colonizou ok assumimos o erro. Mas dizer que Angola,Moçambique ou a Guiné ou a Ilha de Manhattan são Portugal, só de patetas idiotas estúpidos e gente que não sabia qual a dimensão da sua Pátria. Salazar jamais foi patriota.
http://cariboxoxo.blogspot.com/
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CÓDIGO ALEXENA
para Ledo Ivo, Cajazeira Ramos e Gerana Damulakis
O cafofo onde Alexei vivera,
encarniçara: a biba estava morta.
Posuda feito um gato que se coça,
a primeira a chegar foi Ivan Junqueira.
Olhara muito esnobe e de esguelha
pra todos os pertences da cabrocha,
mas concentrou seus olhos numa tocha
que reluzia firme a queimar cera.
Aquele fogo azul, de labareda,
iluminava bem tão suja choça
e, de bunda pra cima e barba grossa,
o corpo da defunta aparecera.
Rotundo como o fruto da figueira,
seu ânus segurava aquela tocha
tão firme que a Ivana frouxa e brocha
sonhou morrer também desta maneira.
Então, simbologistas arriscaram
em vão solucionar profuso enigma:
mas que viria a ser aquela insígnia,
memória dos seus versos que vingaram?
De Caribó Literato
corno, poeta e viado
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