teoriatoda.8
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Eu tenho em bom apreço aquelas pitoskas que fazem doutoramentos e dão consultoria e aconselhamento estratégico empresarial, sabem o que é aloé vera e utilizam frequentemente o rododendro, ao mesmo tempo que se mostram aptas a comandar que os vikings costumavam ir a Aveiro comprar sal e são capazes, elas, de andar mais quinhentos metros só para meter o lixo a reciclar nos recipientes com as cores certas, feitos daquele material que elas próprias produzem nas aulas de trabalhos manuais dos amigos biológicos em que voluntariamente participam, para mostrar que participar é melhor do que ganhar, porque participas por causa dos outros enquanto ganhas só por tua causa, e tal.
São estas pitoskas que estão mais enganadas sobre o mundo, porque julgam que é possível transformar bondade e sabedoria em pilas, mas não é, e elas próprias se lamentam de não terem ainda conseguido que as ditas aparecessem no meio dos livros dos pós-keynes ou a enfeitar a parte de fora do écran do computador, por uma súbita materialização de um pensamento abstractamente teórico e mesmo transversal, que é uma espécie de adjectivo que fica supremo quando a última vogal é pronunciada na frequência do tesundo.
Claro que estas amigas não são fáceis. Convertem-se em masturbinas sempre que estão apaixonadas por um homem, já que se alguém mostra interesse por elas isso só pode implicar a produção de um ritual platónico, sabendo como sabem que a concretização dos sonhos os transforma em realidades mundanas, quer dizer, foleiras. Mas um dia cansam-se e é aqui que eu entro. Literalmente não, ainda, porque primeiro tenho que decorar uns parágrafos sobre a vida espiritual das formigas da Polinésia Francesa e a subversão do capitalismo pela democracia pós-contemporânea, ou é o contrário, bem como testar as novas natas de soja, bem mais amigas dos animais e da humanidade, esse conceito que requer uma nova e concomitante praxis, sem esquecer os preciosos ensinamentos das abelhinhas e a nobreza de carácter dos musaranhos.
Depois sim, estarão estas boas amigas disponíveis a um comprazimento de corpos abraçados, que é uma coisa meiguças de dizer, e eu já com o travasso ardente a pedir um intervalo e elas a dizer que não, que eu sou muito atento, e eu a perguntar o que querem dizer com aquilo mas elas não respondem, porque entretanto já estão a desaustinar o filosófico todo, todo lá dentro.
Alcides
São estas pitoskas que estão mais enganadas sobre o mundo, porque julgam que é possível transformar bondade e sabedoria em pilas, mas não é, e elas próprias se lamentam de não terem ainda conseguido que as ditas aparecessem no meio dos livros dos pós-keynes ou a enfeitar a parte de fora do écran do computador, por uma súbita materialização de um pensamento abstractamente teórico e mesmo transversal, que é uma espécie de adjectivo que fica supremo quando a última vogal é pronunciada na frequência do tesundo.
Claro que estas amigas não são fáceis. Convertem-se em masturbinas sempre que estão apaixonadas por um homem, já que se alguém mostra interesse por elas isso só pode implicar a produção de um ritual platónico, sabendo como sabem que a concretização dos sonhos os transforma em realidades mundanas, quer dizer, foleiras. Mas um dia cansam-se e é aqui que eu entro. Literalmente não, ainda, porque primeiro tenho que decorar uns parágrafos sobre a vida espiritual das formigas da Polinésia Francesa e a subversão do capitalismo pela democracia pós-contemporânea, ou é o contrário, bem como testar as novas natas de soja, bem mais amigas dos animais e da humanidade, esse conceito que requer uma nova e concomitante praxis, sem esquecer os preciosos ensinamentos das abelhinhas e a nobreza de carácter dos musaranhos.
Depois sim, estarão estas boas amigas disponíveis a um comprazimento de corpos abraçados, que é uma coisa meiguças de dizer, e eu já com o travasso ardente a pedir um intervalo e elas a dizer que não, que eu sou muito atento, e eu a perguntar o que querem dizer com aquilo mas elas não respondem, porque entretanto já estão a desaustinar o filosófico todo, todo lá dentro.
Alcides
9 Comments:
Nunca me passou pela cabeça que o personagem Alcides não fosse machono e andasse metido com os mariquinhas new-age. É um verdadeiro super-dragão. Gostei deste conto desfilosófico, principalmente porque tem um final feliz.
acho particularmente grave que as pistoskas desaustinem com o filosófico e que o alcides nem se importe, mas enfim, modernices... e mais vale uma pássara entre as mãos que duas a avoar...
A parte de "desaustinar o filosofico" é a que tem mais piada!
Maria João
Realmente não se pode deixar de concordar com o Alcides: a falta de pila é o cancro da sociedade contemporânea. Mas que o aloe vera é menos caprichoso e bastante agradável, ai isso é, todo, todinho
a falta de pila e a falta de pito, doutor fil, porque ou há igualdade ou não come ninguém ;)
do ponto de vista clínico, a síndrome f d p não escolhe género, é um facto
"Um homem gostar só de uma mulher, isso não existe. Também, deve ser cá uma destas monotonias! Gostava. Se quer saber, gostava que me acontecesse, mas não acredito que me aconteça. E acho-os às vezes, tão ridículos. (...) Eu sei. Gosta-se por qualquer razão que nem interessa, mas é chatice, e grande, as pessoas gostarem."
Olga Gonçalves, Mandei-lhe uma boca, Caminho, 1987.
vocês voltam sempre ao lugar do creme.
Alcides
Enfim. o genial Quim Barreiros com umas frequências de "Oficina de Escrita", dessas de vão de escada que pululam por aí, teria muito a ver com tudo isto.Bis.
O Mestre de Culinária
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