4.1.08

OS MAIORES ENTRE OS MEDÍOCRES

Estranhas gentes, as do nosso país. Se dizemos bem, acusam-nos de bajuladores; se dizemos mal, acusam-nos de invejosos; rapidamente se passa de bestial a besta; é-se preso por ter cão e por não ter; como quem muda de camisa, muda-se de convicção; um homem determinado torna-se, com grande facilidade, num homem arrogante; entre a euforia e a depressão, a linha é, de facto, muito ténue. Que somos bipolares, é há muito um dado adquirido. O que é difícil engolir é que sejamos tão irrisórios na forma como, sem qualquer conhecimento de causa sustentável, acusamos este e aquele disto e daquilo, julgamos este e aquele por isto e por aquilo. E pode parecer paradoxal, mas não é. Quase sempre, quase, tamanha precipitação nos julgamentos resulta na prescrição das condenações. No fundo, somos todos os maiores. Pelo menos entre os medíocres.

1 Comments:

At 11:41 da tarde, Blogger Luis Eme said...

Bom retrato, mas penso que não é apenas português, é quase universal, especialmente nas sociedades ditas modernas e liberais, onde há sempre caminhos transversais para os mediocres passaram por óptimos e confundirem a ordem das coisas...

É graças a essa confusão que facilmente confundimos as coisas...

 

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