FEIRA DO LIVRO
Na passerelle do Parque, desfilando entre fúcsias,
arbustos em flor e bananeiras, mostram-se os tops
enfatuados das boas maneiras. Trocam autógrafos
por elogios, dinheiro em caixa, retratos de família.
Espantam do caminho os bugios à cata dos saldos
que enfeitam a mobília. Com os rostos cobertos
d’alegria, apertam mãos lambuzadas pelo óleo
das farturas. E os modelos minguados curvam-se
ao passar pelos astros das sinecuras. Ali a linha jovem,
com aDN hereditário, mais a quasi linha aos pés
do signatário. De soslaio miram o desalinho,
a casmurrice doutros tantos. Alinhados em academia,
criticam no pasquim em nome de todos os santos.
Mais adiante a linha do actual Averno, mefistofélica
nas poses, angelical nas tosses com que brinda
em causa própria. E até já se vê, embora a custo,
a linha microbiótica. Que, não vá o diabo tecê-las,
se imiscui entre a despótica. Isto de fazer parte
é como ir ao mar. Mais vale prevenir do que remediar.
1 Comments:
pois vale...
as passerelles são mesmo assim...
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