23.5.08

INDIGNA-TE

Portugal foi apontado em Bruxelas como o Estado-membro com maior disparidade na repartição dos rendimentos, ultrapassando os Estados Unidos nos indicadores de desigualdade. À excepção de Portugal, os rendimentos são repartidos mais uniformemente nos Estados-membros do que nos Estados Unidos. Os países com um PIB mais elevado são, na sua generalidade, os mais igualitários. A notícia veio no Público de ontem. O Álvaro comenta-a muito bem:

Portugal não é apenas um país pobre, é um país de pobres, de muitos pobres e de poucos muito ricos. Mas é à custa do flagelo dos muitos pobres que se vai mantendo o barco à tona. Porque se os grandes grupos económicos continuam a ter lucros altíssimos, se as Galps, as Brisas, as PTs e demais pesos-pesados fazem figura nos dividendos aos accionistas, isso deve-se a uma cobrança injusta sobre os utilizadores, que naturalmente penaliza os que menos têm. Se os lucros são muito elevados as hipóteses não são muitas: a) o estado cobra menos impostos do que devia (o caso da banca e dos seguros é o mais óbvio); b) os utilizadores pagam mais do que deviam; c) as empresas investem menos do que deviam, nomeadamente ao nível dos postos de trabalho e das regalias sociais; d) todas as anteriores.