17.5.07

3 ARGUMENTOS A FAVOR DOS STONES


Para o Lourenço.

1. Ao pé dos The Rolling Stones, os The Beatles foram quatro betinhos. Esquece o espampanante Mick Jagger. Lembra-te do Brian Jones e, se a memória te faltar, concentra-te no Keith Richards. Um portento de loucura!

2. Os The Beatles eram bonitinhos, os Stones são horríveis. Ora, como todos sabemos, a genialidade é inimiga da beleza. Eu diria mesmo que a genialidade de um artista é proporcional à sua fealdade.

3. Os de Liverpool foram óptimos na criação de melodias delicodoces e melodramáticas, mas raramente passaram disso. Tiveram o John Lennon para animar a festa. Os de Londres são trágicos, excessivos. Um álbum como exemplo: Sticky Fingers. Um exemplo em forma de canção: Sympathy For The Devil.

9 Comments:

At 7:20 da tarde, Blogger JMS said...

Argumento a favor dos Velvet:

- Deles saiu toda a pop dos 80's.

- São a única banda dos anos 60 que ainda é ferverosamente ouvida por menores de 30 anos. Os Stones não passam já de um símbolo (congelado) e de um produto de comércio nostálgico, para cinquentões. Os Doors a mesma coisa, só que com mais glamour. E os melódicos Beatles, coitados...

 
At 7:26 da tarde, Blogger Lourenço Bray said...

Acho que devíamos resolver isto em duelo de armas, mas como a distância cibernética não o permite, pois que prepararei uma contra-argumentação. Estou a consultar os meus advogados musicais.

 
At 10:42 da tarde, Anonymous Anónimo said...

beatles
(i vote for)

 
At 11:29 da tarde, Anonymous Anónimo said...

Deixem-me fazer o ponto da (minha) situação. A minha resposta ao Lourenço teve em conta o facto de ele ter designado os The Beatles como sendo a melhor banda do mundo. Para mim há pelo menos três que mereciam o mesmo galardão: Doors, Stones e Velvet. Há outras, mas sobretudo estas são inesquecíveis e estão ao nível dos Beatles em qualquer ângulo de análise. O meu amigo Fernando, que é músico, ainda agora me disse que por a+b me pode provar que os Beatles fizeram tudo o que é possível fazer em termos de composição (lembrou-me um tema só com um acorde, o último do Revolver, cuja melodia é feita por violinos com a fita a tocar de trás para a frente!!!!). Mas para mim uma banda não pode valer apenas por isso. O meu gosto pessoal ditaria que os Doors foram maiores que qualquer outra, mas eu sou um saloio na casa dos 30 com pensamento de “cinquentão”. As razões da minha preferência prendem-se a factores vários que não têm que ver apenas com a música em si, muito menos com o facto de os Doors terem sido mais ou menos influentes nas bandas que os procederam (e foram muito, mais do que aparentemente se possa imaginar). Digo isto tendo em conta que a grandeza de uma banda nunca se mediu pelo rol de ovelhas que inspirou. Os Velvet eram mais fáceis de imitar que quaisquer outros, quer musicalmente quer na atitude arty, displicente, pseudo-literária, etc. De todos, os Doors são os mais difíceis de “representar”. Foram únicos, singulares, em múltiplos aspectos. Porra, um gajo ouve o The End ou o When The Music's Over e percebe que há ali um qualquer toque de génio que é tão impossível de repetir como impossível de repetir é uma jogada do Eusébio. Seja como for, gosto destas todas por uma ordem que talvez pudesse ficar assim: Doors, Velvet, Stones, Beatles…

 
At 12:30 da manhã, Anonymous Anónimo said...

Henrique, em Tomorrow Never Knows não é a melodia é o solo. Mas o que quis dizer foi que todos os caminhos que a música popular seguiu depois dos Beatles foram desbravados por eles. Falo até de aspectos não estritamente musicais. Até aos Beatles, por exemplo, o Single era o meio de expressão dum cantor ou banda, por excelência. A partir de Rubber Soul (1965), passou a ser o LP. Como se não bastasse, com Sargeant Pepper's (1967) "inventaram" o concept album.
Quanto as aspectos musicais, fica para a próxima, que aqui há tanto para dizer que não cabe numa caixa de comentários.

 
At 11:42 da manhã, Anonymous Anónimo said...

Era isso que eu queria dizer Fernando. Obrigado.

 
At 1:26 da tarde, Blogger JMS said...

Ah não, renão e trenão, meu caro Henrique. Os Doors, deculpa lá, fazem música dos anos 60. Tu ouves aquilo e pensas, orá cá está o típico som dos anos 60, inconfundível, classificado, DATADO, bom para arquivar.
Ouves os Velvet, ou certas coisas dos Velvet, e aquilo parece-te feito ontem, é um objecto sem filiações evidentes, uma especie de ovni. Não soa (nos seus melhores momentos, claro)a música TÍPICA dos anos 60 ou de qualquer outro período. Os Velvet não foram muito imitados por serem, como sugeres, facilmente imitáveis, mas porque não imitavam ninguém e andavam à procura do novo, da experimentação, da fuga ao dlim-dlim mais óbvio. São arty, claro, mas isso é um elogio, homem! Os outros eram apenas folky, ou poseurs de enragée. Além de que os facto de se deixar larga descendência não deixa de ser um sintoma de grandeza. Significa que a música deles acendia estimulantes luzinhas em muitas e diferentes cabeças. Há poeta mais imitado, no século XX, do que Eliot? Dificilmente. E achas que isso se deve ao facto de ele ser "imitável"? Claro que não.
Dito isto, devo reconhecer que Jim Morrison era melhor letrista do que Lennon ou Lou Reed, sendo o único dos candidatos a quem se pode sem engulhos chamar-se poeta.
Mas podemos tentar chegar a um acordo: os Doors são a melhor banda dos anos 60 e os Velvet a melhor banda de sempre. É a minha melhor oferta.

 
At 10:04 da tarde, Blogger MJLF said...

Rapazes,
Eu continuo a preferir a banda filarmonica Eco-edificante da Ilha de São Miguel!
:DDDDDDDDDDDD
Maria João

 
At 6:39 da tarde, Blogger hmbf said...

JMS, não vou nas tuas arengas. The Doors e mai’ nada. Mas pronto, que te console saberes que cá em casa há tudo, mesmo tudo, o que é humanamente possível haver, musicalmente falando, dos senhores Underground. Seja como for, entre a heroína dos Velvet e a coca dos Doors, não vacilo.

 

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