A MINHA ALMA, FUGIU PELA TORRE EIFFEL ACIMA
A minha Alma, fugiu pela Torre Eiffel acima,
- A verdade é esta, não nos criemos mais ilusões
- Fugiu, mas foi apanhada pela antena da TSF
Que a transmitiu pelo infinito em ondas hertzianas…
(Em todo o caso que belo fim para a minha Alma)!...
Agosto de 1915
- A verdade é esta, não nos criemos mais ilusões
- Fugiu, mas foi apanhada pela antena da TSF
Que a transmitiu pelo infinito em ondas hertzianas…
(Em todo o caso que belo fim para a minha Alma)!...
Agosto de 1915
Mário de Sá-Carneiro nasceu no dia 19 de Maio de 1890 em Lisboa. Tendo perdido a mãe muito cedo, e estando o pai ausente, foi viver com os avós para uma quinta em Camarate. Aí começou a desenvolver uma sensibilidade complexa, atraída pelo mistério e pelo medo. Aos 9 anos morreu-lhe a avó, tendo ficado a cargo do avô. Começou a escrever pequenas peças de teatro e as primeiras poesias. Fascinado por temas como a loucura e o suicídio, a sua primeira peça, Amizade (publicada em 1912), escrita de parceria com Tomás Cabreira Júnior, ficou marcada pelo suicídio deste no dia 9 de Janeiro de 1911, com um tiro de pistola na cabeça, no pátio do Liceu de S. Domingos. Entretanto, Sá-Carneiro foi dando à estampa algumas novelas e o seu primeiro livro de poemas: Dispersão (1914). Muito se tem escrito sobre as obsessões literárias do poeta: loucura, suicídio, um certo kitsch, narcisismo, homossexualismo velado, delírio, etc. Mário de Sá-Carneiro passou os últimos anos da sua vida entre Lisboa e Paris, levando uma vida de boémia. Suicidou-se a 26 de Abril de 1916.
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