CAFÉ CEUTA
Um velho entra no Café Ceuta e senta-se. Outro faz o mesmo, alguns minutos depois, e tira da mala o jornal. Dois velhos conversam junto ao balcão e no espelho ao fundo estão mais dois. Estou cercado – penso – mas acalmo-me e eis que chega o café. Começo então a reparar no tecto, nas cadeiras, no tilintar da chávena quando bate na mesa sacudindo a colher. Consigo até achar alguma piada à imagem de uma sombra turva interposta pelo vidro. Passou-me por completo o tesão e vou começar a escrever o romance que me tornará imortal.
Rui Costa
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