Ser Solidário
Ser solidário assim pr’além da vida
Por dentro da distância percorrida
Fazer de cada perda uma raiz
E improvavelmente ser feliz
De como aqui chegar não é mister
Contar o que já sabe quem souber
O estrume em que germina a ilusão
Fecundará por certo esta canção
Ser solidário assim tão longe e perto
No coração de mim por mim aberto
Amando a inquietação que permanece
Pr’além da inquietação que me apetece
De como aqui chegar nada direi
Senão que tu já sentes o que eu sei
Apenas o momento do teu sonho
No amor intemporal que nos proponho
Ser solidário sim, por sobre a morte
Que depois dela só o tempo é forte
E a morte nunca o tempo a redime
Mas sim o amor dos homens que se exprime
De como aqui chegar não vale a pena
Já que a moral da história é tão pequena
Que nunca por vingança eu te daria
No ventre das canções sabedoria
Por dentro da distância percorrida
Fazer de cada perda uma raiz
E improvavelmente ser feliz
De como aqui chegar não é mister
Contar o que já sabe quem souber
O estrume em que germina a ilusão
Fecundará por certo esta canção
Ser solidário assim tão longe e perto
No coração de mim por mim aberto
Amando a inquietação que permanece
Pr’além da inquietação que me apetece
De como aqui chegar nada direi
Senão que tu já sentes o que eu sei
Apenas o momento do teu sonho
No amor intemporal que nos proponho
Ser solidário sim, por sobre a morte
Que depois dela só o tempo é forte
E a morte nunca o tempo a redime
Mas sim o amor dos homens que se exprime
De como aqui chegar não vale a pena
Já que a moral da história é tão pequena
Que nunca por vingança eu te daria
No ventre das canções sabedoria
José Mário Branco nasceu no Porto em Maio de 1942. Exilado em França entre 1963 e 1974, fundou aí a cooperativa cultural Groupe Organon. Foi co-criador e intérprete de vários espectáculos do Grupo de Teatro da Liga. Ainda no exílio, efectuou centenas de recitais, musicando e interpretando numerosas peças e filmes. Regressado a Portugal, fundou o Grupo de Acção Cultural e, em 1977, integrou a companhia de teatro A Comuna. Fundou em 1979 o Teatro do Mundo e, em 1983, a União Portuguesa de Artistas e Variedades. O seu primeiro EP, Seis Cantigas de Amigo, foi editado em 1967. Mantendo-se sempre envolvido em projectos colectivos nas áreas de música, cinema, teatro e política, José Mário Branco é um dos mais importantes e influentes dos escritores de canções portugueses. »
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