O sonhador
Esbatida de todo toda fria
cor, da noite permanece o verde azul.
Vermelhos raios lanças
ameaçam-no, cruzando-se chocam-se
no rude rebrilhar de couraças? Ou será que
exércitos de Satanás desfilam?
Manchas que nadam nas sombras
amarelas, são olhos arrancados às carnes dos cavalos.
Indefeso, despido, o pálido corpo.
Da terra espreme-se, ralada, uma rosa-
pus.
Tradução de Manuel João Gomes.
cor, da noite permanece o verde azul.
Vermelhos raios lanças
ameaçam-no, cruzando-se chocam-se
no rude rebrilhar de couraças? Ou será que
exércitos de Satanás desfilam?
Manchas que nadam nas sombras
amarelas, são olhos arrancados às carnes dos cavalos.
Indefeso, despido, o pálido corpo.
Da terra espreme-se, ralada, uma rosa-
pus.
Tradução de Manuel João Gomes.
Jakob van Hoddis, anagrama de Hans Davidsohn, nasceu em Berlim no dia 16 de Maio de 1887. Estudou arquitectura, filologia clássica e filosofia. Fundou, na companhia de Kurt Hiller, Georg Heym e Erwin Loewenson, o New Club e o Neopathetic Cabaret, considerados parte do primeiro expressionismo alemão. Em 1911 publicou Weltende, o mais conhecido dos seus poemas. Mais tarde, em 1918, a sua poesia apareceu reunida sob o mesmo título. Recuperando dos primeiros sintomas de esquizofrenia, viajou por Paris em 1912. Morreu em 1942 num asilo de alienados.
1 Comments:
no rescaldo do ninho de cucos de ontem na um, leio este poema e escorre-me uma lágrima. maldita poesia
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