Pêsames! Pobre país labrego que se vangloria, em rebanho, dum puto boçal, mercenário do pontapé na bola.
Os carrões, o brinquinho de brilhantes, os haréns, as casas, a família parola promovida... Bahhhhhhhh!!!!!!!!!!!!!!! A verdadeira chunguice milionária.
Pêsames, sim. Mas pêsames porque neste país não deixa de haver quem se ache superior porque é culto e não tem de dar pontapés na bola.
Quero lá saber das gajas que ele colecciona (é novo, tem as hormonas aos pulos, quer foder, deixá-lo...) Quero lá saber dos diamantes e das casas (nunca teve nada, agora tem tudo, que aproveite...) E a família parola e sem cultura foi quem o ajudou a ultrapassar as dificuldades e os problemas que teve.
Estou neste momento a ver a repetição dos Prós e Contras na RTPN e a história que o Laurentino Dias contou sobre a visita que fez com o Ronaldo a Timor, deixou-me sem palavras. Devia ser do conhecimento público para calar aqueles que só conseguem ver boçalidade no rapaz e mais nada.
Triste país de merda, de invejosos, arrogantes e cagões, que se julgam superiores aos que não tiveram a sorte de nascer em berço dourado com direito a educação e a uma vida sem sobressaltos.
Vou emigrar daqui a menos de um mês e, mesmo antes de partir, cada vez sinto menos saudades deste país e desta gente. O Camões é que a sabia toda ao fechar os Lusíadas com "enveja".
O rapaz é considerado o melhor do mundo naquilo que faz, e o português diz "pêsames". Talvez se tivessemos o melhor carpinteiro do mundo, isso fosse mau. Por ele ser boçal, entenda-se.
Não vislumbro qualquer resquício de inveja no comentário de Logros, mas trata-se de um comentário muito mal informado. Tivesse Logros escutado as antenas abertas das rádios nacionais e da sic notícias não diria que o país se vangloria, em rebanho, de um puto boçal. Antes pelo contrário. Os comentários que tenho ouvido são quase todos do tipo deste que Logros aqui deixa, comentários à forma como o puto boçal emprega o dinheiro que ganha com o seu trabalho e o pénis que a natureza lhe deu com o seu tesão. É preciso ver esta festa de outra forma. O puto boçal vem do nada num país que é nada, o puto boçal nasceu numa ilha, num reinado tirânico, num bairro de gente cujo horizonte futuro se resume a nada. O puto boçal trabalhou, veio viver para o continente, largando a família, chorando noites e dias, entregando-se por completo a uma arte para a qual tem o máximo talento. O puto boçal conseguiu aquilo que muito poucos, quase nenhuns, conseguem. O puto boçal foi considerado o melhor do mundo na sua profissão. Agrade-nos ou não a sua profissão, agrade-nos ou não a sua boçalidade, o puto boçal vestiu a camisola do meu clube, veste a camisola da selecção de futebol do meu país, joga um jogo que eu admiro e joguei e aprecio e acompanho, à distância, é certo, mas sempre com entusiasmo pelo meu clube. O puto boçal, com a sua boçalidade, dá um pontapé no culto miserabilista que vai fazendo escola neste país. Da mais baixa ralé aos doutores topo de gama. O puto boçal conseguiu um objectivo que não está ao alcance da maioria. Parabéns, então, ao puto boçal. É dos que escreve poesia com as pernas.
O Senhor Fialho é um hipócrita merdoso!! Compare o que escreveu sobre Armando Vara, nascido em Lagarelhos, com o que acabou de escrever sobre Cristiano Aveiro e depois leia o que escreveu hoje Eduardo Pitta sobre Armando Vara. O senhor, por muito que tente e disfarce, não consegue deixar de ser como os outros todos do rebanho que pulam de contentamento com a artificialidade deste tipo de prémios e vomitam suspeitas que já são condenações para cima de situações que no fim não têm nem nunca tiveram a mínima ponta de ilegalidade. A diferença que há em si é a ligeira camadinha de eloquência e erudição, mascaradas com o tom humilde com que as vai rejeitando ou secundarizando. E isso atrai muitos papalvos, os mais papalvos de todos, que pensam em si como um guruzinho de província que sabe mais do que muitos dos que aparecem.
O futuro da literatura portuguesa está em editoras como a Magna. Não tenho quaisquer dúvidas. Daqui a muitos anos os manuais escolares estarão repletos de autores que passaram ao lado das grandes editoras. Henrique Manuel Bento Fialho, no seu novo livro "O meu cinzeiro azul" tem um excelente texto, e deliciosamente polémico, sobre esta matéria. Tiago Nené
No recente reveillon, os espanhóis gabaram-se do êxito desportivo até à exaustão de emigrantes como eu. Entre Nadalitos e Gasolitos, imperava a selecção espanhola do desporto rei.
Eu não consigo ver a selecçao portuguesa de nenhum desporto, real ou plebeu, a ganhar troféus desse calibraço. Abro uma execpção: a de hóquei em patins. Porquê?, pergunto-me. Porque estamos mais habituados a patinar que a caminhar de pés assentes no solo, respondo-me quando voo embora de Portugal, de regresso a Barcelona.
Enquanto colectivo, os portugueses são uma nódoa. Valemos pelas individualidades. E essas, para brilhar em todo o seu esplendor e sem sair do presente terreno de jogo, têm que emigrar. Veja-se o puto boçal e o sadino charmoso.
ahahaha! Vê-se mesmo que nunca me viste a jogar à bola. Sou uma merda.
Lembras-te daqueles putos que, na hora de "escolher equipas", eram sempre os últimos a serem chamados? Ou melhor que nem eram chamados, pois ficavam como sobra e nem fazia falta dizer o nome em voz falta, sendo que só se ouvia um "humpf" fodido de quem tinha que ficar com o perneta.
Ora muito boa tarde! Estou a ver que o "puto boçal", fez escola... Pena haver alguns comentadores anónimos, pois tratando-se dum herói nacional de tal calibre, todos deviam destapar a cara.
Henrique, esta contra-corrente, ou melhor, contra-rebanho, movimentou, pelo menos, a caixinha de comentários. Só umas pequenas obsaervações gerais:
-Quem fala do Camões épico, talvez nem saiba quantos Cantos têm "Os Lusíadas", nem o que os seus últimos versos dizen no contexto da estrofe,do Canto,do Poema inteiro. Mas, enfim, já estamos habituados. Basta ver os concursos da televisão.
- As pessoas, frequentemente, estão mal informadas e imaginam que os "cultos" nasceram em berço de ouro e só tiveram mordomias. Nada de mais falso. Era bom que se informassem das origens e biografia de grandes nomes da Cultura Portuguesa. Estou a lembrar-me do Eugénio de Andrade,filho natural, que nasceu pobre, numa aldeia do Fundão e enquanto adolescente ia copiar Pessoa, às Bibliotecas Públicas, para um caderninho, pois não tinha dinheiro para comprar livros. Muitas raparigas e alguns rapazes altamente dotados para o que interessa no mundo,(o futebol tem apenas 100 anos) apanharam sovas dos pais, por quererem estudar e não criar os irmãos ou ir para a lavoura. A estes heróis, sim, presto homenagem.
-Nâo considero adequada a palavra "arte" ou "criatividade" aplicada à modalidade futebolística. E quanto a "poesia das pernas" teria de considerar os Madail e quejandos como uns Diaghilev e os das chuteiras como Nijinsky, Nuriev (ambos de origens humildes) o que é difícil.
- Quanto ao sentido dos "pêsames": Tenho ouvido nomear Ronaldo como um "exemplo para a juventude". E o pior é que já é. Todos os putos do Básico, querem ser futebolistas e ir para o Manchester.Antes queriam ser astronautas, bombeiros, médicos, professores... Acho que é caso para nos inquietarmos seriamente.
- Gostei da descrição do V. V., nas horas de escolher os craques. Ou como as puras criancinhas imitam tão bem os adultos. Lá dizia o Freud (um tal de judeu).
Se ainda não escreveu isso, devia fazê-lo. Li com gosto.
-E agora preparem-se para nova comemoração:
Está um Português a caminho da White House! Au! Au!
Festejem bem. Ah, esquecia-me de que entreouvi uma irmã do craque na Sic-Fátima a pimbalhar cantoria:
"Parabéns, meu mano. Sou uma estrela Porque tu me deste o Céu".
Uma profissão agora tem mais valor por existir há mais anos? Todos sabemos qual é a profissão mais antiga do mundo.
Disse Camus, "what I know most surely about morality and the duty of man I owe to sport". O rapaz é um pacóvio; é mau exemplo por isso. Mas naquilo em que é bom exemplo, é-o de facto e imensamente. Teve uma vida complicada e chegou onde chegou, e não foi por acaso.
Está irritada. Mas é natural que um escritor em iguais circunstâncias de vida não tenha tanto sucesso como um futebolista.
Inês, nada disso obsta a que se dê os parabéns ao artista. É claro que estamos de acordo quanto à mediocridade do folclore que estes momentos geram – o painel de penduras que ontem se apresentou no P&C também é disso exemplo -, mas não podemos estar de acordo quanto a algo muito básico: foi considerado o melhor do mundo numa profissão legítima à qual se entregou com «esforço, dedicação, devoção e glória!». Só nisso é exemplar. O que já é muito numa país de preguiçosos e medíocres. Ademais, também já a vi festejar as glórias do seu FCP.
Que o rapaz é bom naquilo, não tenho dúvidas. Simplesmente, acho, que tenho o direito de pensar que "aquilo" não é importante para o mundo e para o país. É escandalosamente importante em milhões ou biliões, ou o que quer que seja, para o bolso do sr. e família. A maneira como se espoja na dinheirama,que a conjuntura social e as negociatas internacionais (os clubes vão às "compras") desse desporto, hoje conferem é pelo menos, pouco estética, para não dizer outra coisa.. Os grandes actores americanos, Brad Pitt e parecidos, ainda vão ajudando as crianças do 3.º mundo... Mas,a cada um os seus gostos, desde que esse gosto não seja uma epidemia que nos persegue. E em última análise, temos sempre o direito de discordar.
Quanto ao "Porto", olhe que é mesmo só por ter o nome da cidade. E também porque fui criada no sentimento de injustiça, perante a hegemonia do poder lisboetense: salazares, pides, eusébios, calabotes e por aí... Deixe-me lembrar-lhe que nos livros meto sempre umas sátiras a esse "ópio do povo", ou melhor, Prozac, desde há muito.
Saúde. Andam por aí duas estirpes do vírus da gripe.
19 Comments:
Pêsames!
Pobre país labrego que se vangloria, em rebanho,
dum puto boçal, mercenário do pontapé na bola.
Os carrões, o brinquinho de brilhantes, os haréns, as casas, a família parola promovida...
Bahhhhhhhh!!!!!!!!!!!!!!!
A verdadeira chunguice milionária.
Pêsames, sim. Mas pêsames porque neste país não deixa de haver quem se ache superior porque é culto e não tem de dar pontapés na bola.
Quero lá saber das gajas que ele colecciona (é novo, tem as hormonas aos pulos, quer foder, deixá-lo...) Quero lá saber dos diamantes e das casas (nunca teve nada, agora tem tudo, que aproveite...) E a família parola e sem cultura foi quem o ajudou a ultrapassar as dificuldades e os problemas que teve.
Estou neste momento a ver a repetição dos Prós e Contras na RTPN e a história que o Laurentino Dias contou sobre a visita que fez com o Ronaldo a Timor, deixou-me sem palavras. Devia ser do conhecimento público para calar aqueles que só conseguem ver boçalidade no rapaz e mais nada.
Triste país de merda, de invejosos, arrogantes e cagões, que se julgam superiores aos que não tiveram a sorte de nascer em berço dourado com direito a educação e a uma vida sem sobressaltos.
Vou emigrar daqui a menos de um mês e, mesmo antes de partir, cada vez sinto menos saudades deste país e desta gente. O Camões é que a sabia toda ao fechar os Lusíadas com "enveja".
logros: inveja, no fundo.
parabéns a ronaldo. de um benfiquista.
O rapaz é considerado o melhor do mundo naquilo que faz, e o português diz "pêsames". Talvez se tivessemos o melhor carpinteiro do mundo, isso fosse mau. Por ele ser boçal, entenda-se.
Não vislumbro qualquer resquício de inveja no comentário de Logros, mas trata-se de um comentário muito mal informado. Tivesse Logros escutado as antenas abertas das rádios nacionais e da sic notícias não diria que o país se vangloria, em rebanho, de um puto boçal. Antes pelo contrário. Os comentários que tenho ouvido são quase todos do tipo deste que Logros aqui deixa, comentários à forma como o puto boçal emprega o dinheiro que ganha com o seu trabalho e o pénis que a natureza lhe deu com o seu tesão. É preciso ver esta festa de outra forma. O puto boçal vem do nada num país que é nada, o puto boçal nasceu numa ilha, num reinado tirânico, num bairro de gente cujo horizonte futuro se resume a nada. O puto boçal trabalhou, veio viver para o continente, largando a família, chorando noites e dias, entregando-se por completo a uma arte para a qual tem o máximo talento. O puto boçal conseguiu aquilo que muito poucos, quase nenhuns, conseguem. O puto boçal foi considerado o melhor do mundo na sua profissão. Agrade-nos ou não a sua profissão, agrade-nos ou não a sua boçalidade, o puto boçal vestiu a camisola do meu clube, veste a camisola da selecção de futebol do meu país, joga um jogo que eu admiro e joguei e aprecio e acompanho, à distância, é certo, mas sempre com entusiasmo pelo meu clube. O puto boçal, com a sua boçalidade, dá um pontapé no culto miserabilista que vai fazendo escola neste país. Da mais baixa ralé aos doutores topo de gama. O puto boçal conseguiu um objectivo que não está ao alcance da maioria. Parabéns, então, ao puto boçal. É dos que escreve poesia com as pernas.
O Senhor Fialho é um hipócrita merdoso!!
Compare o que escreveu sobre Armando Vara, nascido em Lagarelhos, com o que acabou de escrever sobre Cristiano Aveiro e depois leia o que escreveu hoje Eduardo Pitta sobre Armando Vara.
O senhor, por muito que tente e disfarce, não consegue deixar de ser como os outros todos do rebanho que pulam de contentamento com a artificialidade deste tipo de prémios e vomitam suspeitas que já são condenações para cima de situações que no fim não têm nem nunca tiveram a mínima ponta de ilegalidade.
A diferença que há em si é a ligeira camadinha de eloquência e erudição, mascaradas com o tom humilde com que as vai rejeitando ou secundarizando. E isso atrai muitos papalvos, os mais papalvos de todos, que pensam em si como um guruzinho de província que sabe mais do que muitos dos que aparecem.
A única coisa que me desgosta é estar com aquele equipamento e ter nascido na Madeira do Bokassa. O mais é a enveja que o Fernado cita:
"De sorte que Alexandro em vós se veja,
Sem à dita de Aquiles ter enveja."
ND, aquele equipamento é «a violeta mais bela que amanhece
no vale, por esmalte da verdura...»
Uma ligeira camadinha de eloquência e erudição:
O futuro da literatura portuguesa está em editoras como a Magna. Não tenho quaisquer dúvidas. Daqui a muitos anos os manuais escolares estarão repletos de autores que passaram ao lado das grandes editoras. Henrique Manuel Bento Fialho, no seu novo livro "O meu cinzeiro azul" tem um excelente texto, e deliciosamente polémico, sobre esta matéria.
Tiago Nené
Parabéns, ponto.
No recente reveillon, os espanhóis gabaram-se do êxito desportivo até à exaustão de emigrantes como eu. Entre Nadalitos e Gasolitos, imperava a selecção espanhola do desporto rei.
Eu não consigo ver a selecçao portuguesa de nenhum desporto, real ou plebeu, a ganhar troféus desse calibraço. Abro uma execpção: a de hóquei em patins. Porquê?, pergunto-me. Porque estamos mais habituados a patinar que a caminhar de pés assentes no solo, respondo-me quando voo embora de Portugal, de regresso a Barcelona.
Enquanto colectivo, os portugueses são uma nódoa. Valemos pelas individualidades. E essas, para brilhar em todo o seu esplendor e sem sair do presente terreno de jogo, têm que emigrar. Veja-se o puto boçal e o sadino charmoso.
Quem é o sadino charmoso? Que eu saiba o Figo é alfacinha. :)
Oh meu, o Mourinho!
O Figo não sei. Enquanto junior, jogou nos Pastilhas, de Almada. Será da outra (digo: da minha) margem?
Ah! Ok! Pensei que estavas a refeir-te a ti próprio. :)
ahahaha! Vê-se mesmo que nunca me viste a jogar à bola. Sou uma merda.
Lembras-te daqueles putos que, na hora de "escolher equipas", eram sempre os últimos a serem chamados? Ou melhor que nem eram chamados, pois ficavam como sobra e nem fazia falta dizer o nome em voz falta, sendo que só se ouvia um "humpf" fodido de quem tinha que ficar com o perneta.
Pois eu era (e sou) desses. :)
Ora muito boa tarde!
Estou a ver que o "puto boçal", fez escola...
Pena haver alguns comentadores anónimos, pois tratando-se dum herói nacional de tal calibre, todos deviam destapar a cara.
Henrique, esta contra-corrente, ou melhor, contra-rebanho, movimentou, pelo menos, a caixinha de comentários.
Só umas pequenas obsaervações gerais:
-Quem fala do Camões épico, talvez nem saiba quantos Cantos têm "Os Lusíadas", nem o que os seus últimos versos dizen no contexto da estrofe,do Canto,do Poema inteiro.
Mas, enfim, já estamos habituados. Basta ver os concursos da televisão.
- As pessoas, frequentemente, estão mal informadas e imaginam que os "cultos" nasceram em berço de ouro e só tiveram mordomias. Nada de mais falso. Era bom que se informassem das origens e biografia de grandes nomes da Cultura Portuguesa. Estou a lembrar-me do Eugénio de Andrade,filho natural, que nasceu pobre, numa aldeia do Fundão e enquanto adolescente ia copiar Pessoa, às Bibliotecas Públicas, para um caderninho, pois não tinha dinheiro para comprar livros.
Muitas raparigas e alguns rapazes altamente dotados para o que interessa no mundo,(o futebol tem apenas 100 anos) apanharam sovas dos pais, por quererem estudar e não criar os irmãos ou ir para a lavoura.
A estes heróis, sim, presto homenagem.
-Nâo considero adequada a palavra "arte" ou "criatividade" aplicada à modalidade futebolística. E quanto a "poesia das pernas" teria de considerar os Madail e quejandos como uns Diaghilev e os das chuteiras como Nijinsky, Nuriev (ambos de origens humildes) o que é difícil.
- Quanto ao sentido dos "pêsames":
Tenho ouvido nomear Ronaldo como um "exemplo para a juventude".
E o pior é que já é. Todos os putos do Básico, querem ser futebolistas e ir para o Manchester.Antes queriam ser astronautas, bombeiros, médicos, professores...
Acho que é caso para nos inquietarmos seriamente.
- Gostei da descrição do V. V., nas horas de escolher os craques.
Ou como as puras criancinhas imitam tão bem os adultos. Lá dizia o Freud (um tal de judeu).
Se ainda não escreveu isso, devia fazê-lo. Li com gosto.
-E agora preparem-se para nova comemoração:
Está um Português a caminho da White House! Au! Au!
Festejem bem.
Ah, esquecia-me de que entreouvi uma irmã do craque na Sic-Fátima a pimbalhar cantoria:
"Parabéns, meu mano.
Sou uma estrela
Porque tu me deste o Céu".
Sem comentários.
I. L.
Uma profissão agora tem mais valor por existir há mais anos? Todos sabemos qual é a profissão mais antiga do mundo.
Disse Camus, "what I know most surely about morality and the duty of man I owe to sport". O rapaz é um pacóvio; é mau exemplo por isso. Mas naquilo em que é bom exemplo, é-o de facto e imensamente. Teve uma vida complicada e chegou onde chegou, e não foi por acaso.
Está irritada. Mas é natural que um escritor em iguais circunstâncias de vida não tenha tanto sucesso como um futebolista.
Inês, nada disso obsta a que se dê os parabéns ao artista. É claro que estamos de acordo quanto à mediocridade do folclore que estes momentos geram – o painel de penduras que ontem se apresentou no P&C também é disso exemplo -, mas não podemos estar de acordo quanto a algo muito básico: foi considerado o melhor do mundo numa profissão legítima à qual se entregou com «esforço, dedicação, devoção e glória!». Só nisso é exemplar. O que já é muito numa país de preguiçosos e medíocres. Ademais, também já a vi festejar as glórias do seu FCP.
Henrique,
Que o rapaz é bom naquilo, não tenho dúvidas. Simplesmente, acho, que tenho o direito de pensar que "aquilo" não é importante para o mundo e para o país. É escandalosamente importante em milhões ou biliões, ou o que quer que seja, para o bolso do sr. e família. A maneira como se espoja na dinheirama,que a conjuntura social e as negociatas internacionais (os clubes vão às "compras") desse desporto, hoje conferem é pelo menos, pouco estética, para não dizer outra coisa.. Os grandes actores americanos, Brad Pitt e parecidos, ainda vão ajudando as crianças do 3.º mundo...
Mas,a cada um os seus gostos, desde que esse gosto não seja uma epidemia que nos persegue.
E em última análise, temos sempre o direito de discordar.
Quanto ao "Porto", olhe que é mesmo só por ter o nome da cidade. E também porque fui criada no sentimento de injustiça, perante a hegemonia do poder lisboetense: salazares, pides, eusébios, calabotes e por aí...
Deixe-me lembrar-lhe que nos livros meto sempre umas sátiras a esse "ópio do povo", ou melhor, Prozac, desde há muito.
Saúde. Andam por aí duas estirpes do vírus da gripe.
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