CORRENTES PUXAM CORRENTES
A Sofia Loureiro dos Santos deixou-se levar pela corrente e eu mergulho que nem doido na correnteza. A ideia é retirar “das pilhas periclitantes que se derramam atrás das portas, encostadas às paredes, aquelas pequenas gotas de alma que ficam connosco, mesmo quando nos esquecemos delas”. Ofereço:
VITA BREVIS
A vida é breve mas que a faz mais breve
não é morrer-se nem morrer quem foi
connosco nela espaço forma e tempo.
Que mais que a morte a humanidade encurta
e torna mais estreita a nossa vida.
Só brevemente e por um breve instante
seu corpo nos concede. E brevemente
é que pensar deseja que existimos.
Antes de mortos, antes de sozinhos
e apenas visitados de memórias,
já todos somos um jornal antigo
deitado fora sem sequer ser lido,
ou somos uma imagem desenhada
na borda do passeio em que se exibem
pisando-a com os pés que desenham
seus mesmos rostos que outros pés já pisam.
A vida é breve, breve, mas mais breve
quanto a quer breve a estupidez humana
fiel ao tempo ainda em que de espaço
o tempo se fazia e o pouco espaço
na terra imensa a todos não chegava.
5/1/1971
Jorge de Sena, in Poesia-III, Edições 70, pp. 139-140, Agosto de 1989. [Vão 20 anos sobre esta edição. Nas livrarias, raramente avisto os versos do Mestre. Raramente é nunca desde as Dedicácias para cá.]
VITA BREVIS
A vida é breve mas que a faz mais breve
não é morrer-se nem morrer quem foi
connosco nela espaço forma e tempo.
Que mais que a morte a humanidade encurta
e torna mais estreita a nossa vida.
Só brevemente e por um breve instante
seu corpo nos concede. E brevemente
é que pensar deseja que existimos.
Antes de mortos, antes de sozinhos
e apenas visitados de memórias,
já todos somos um jornal antigo
deitado fora sem sequer ser lido,
ou somos uma imagem desenhada
na borda do passeio em que se exibem
pisando-a com os pés que desenham
seus mesmos rostos que outros pés já pisam.
A vida é breve, breve, mas mais breve
quanto a quer breve a estupidez humana
fiel ao tempo ainda em que de espaço
o tempo se fazia e o pouco espaço
na terra imensa a todos não chegava.
5/1/1971
Jorge de Sena, in Poesia-III, Edições 70, pp. 139-140, Agosto de 1989. [Vão 20 anos sobre esta edição. Nas livrarias, raramente avisto os versos do Mestre. Raramente é nunca desde as Dedicácias para cá.]
7 Comments:
POEMA OFERECIDO A MEUS AMIGOS
NA ALMA, ONDE ANDO,
ANDO À PROCURA
DE UMA CARAVELA DE PESCAR.
NA ALMA, ONDE ANDO,
ANDO À PROCURA
DE UMA OU DUAS ALMENARAS.
E ANDO À PROCURA
DE UM ALCÁCER IMPERIAL.
E ANDO À PROCURA
DE UM XAROPE DE ALFARROBA.
E ANDO À PROCURA
DA FEITORIA DE CHAÚL.
NA ALMA, ONDE ANDO,
ANDO À PROCURA
DE UM MORADOR DERRADEIRO.
(assim mesmo, em maiúsculas, retirado de Da Larga Terra, um livrinho de Carlos Mota de Oliveira, q também o editou, em 1992)
já 'tá!
Obrigado, Rui. Tá do melhor, Manuel.
Obrigada Henrique. É lindíssimo esse poema.
Obrigado eu, Sofia.
já lá canta.
obrigada, henrique*
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