23.1.06

Mau perder, bem perder, mau perder, bem perder...

Cavaco foi levado ao colo por uma comunicação social que o deu sempre como vencedor a priori. Olhem-se as sondagens publicadas antes das eleições e teçam-se comparações com os números reais. Cavaco ganhou por uma unha negra, empurrado pelo braço obscuro de uma comunicação social que faz passar opinião por informação. O mesmo vale para Alegre, um dos tristes a cujo ego se deve, em parte, a vitória do stôr carranca. Outro sinal a ter em conta: Soares tem o resultado que tem por ser velho. Não me acredito que haja outra razão. Na ruas, as piadas foram constantes: dêem-lhe umas pantufas, tem idade é para ficar em casa a cuidar dos netos, coisas do género que já esperava num país onde os velhos são tratados como inúteis, a escória de um sistema onde quem não produz não serve para outra coisa que não seja empecilhar a vida do cortejo do sucesso. Soares não precisava disto para nada. Gabo-lhe, mais uma vez, a coragem por ter dado o corpo ao manifesto. Gostava de votar nele na segunda volta. Tendo as coisas terminado como terminaram, resta-me desejar ao stôr carranca que passe o mais tempo possível encafuado em casa de modo a não nos envergonhar junto da estranja. Ó país pardacento, aí tens a múmia que sempre desejaste!

17 Comments:

At 9:12 da tarde, Blogger Elisa said...

A múmia, ou o pau de vassoura como lhe chamo e com 'sopeira' a condizer.

 
At 9:34 da tarde, Blogger camponesa pragmática said...

Ficava mesmo bem com S no fim, "desejasteS" :D

 
At 9:48 da tarde, Blogger soledade said...

Concordo, Henrique. E acrescento: a Soares, o "amigo" Sócrates lixou-o também. Calculista e implacável, o nosso 1ºMinistro, de um só golpe afastou um inimigo pessoal, Alegre, o de ego descomunal, o que fazia poemas ao Figo (agora, com o milhão, pode fazê-los ao Mourinho e candidatar-se ao Nobel) e Soares que, não precisando daquilo para nada, podia ser-lhe muito incómodo. Fica bem servido, o P.S. de Sócrates, com o o homem de Boliqueime. Quanto a nós... :(

 
At 10:15 da tarde, Anonymous Anónimo said...

O Sócrates é feito da mesma múmia que o Cavaco.. penso eu de que!;)
Muitos posts e muita poesia proveniente destas Insónias para aguentarmos o que aí vem... mãos à obra hmbf!;)

 
At 5:36 da manhã, Anonymous Anónimo said...

Acho que a vitória do Cavaco se deve aos media e ao Sócrates (e também ao próprio no jeitinho manso de não tocar em assuntos quentes).
Bem sei que a campanha do Manel foi fraquita, mas sempre foi óbvio para mim que ele seria o único candidato capaz de levar Cavaco à segunda volta (o que esteve quase a acontecer).
Do ponto de vista matemático é claro que quanto mais candidatos houvesse, menor seria a possibilidade de arrumar o assunto à primeira. Não vejo portanto em que é que o Alegre contribuiu para a vitória da múmia. Ele até começou a ser falado como possível candidato muito antes de o Sócrates tirar o Soares da cartola.

Aqui entre nós que ninguém nos ouve, achas que se o Alegre não se candidatasse, o Soares teria mais 20% de votos (o que também não chegaria), ou que haveria menos gente a votar no stôr carranca?
Se sim, explica porque eu não vejo como.

Um abraço.

 
At 2:22 da tarde, Blogger hmbf said...

Caro Fernando, as tuas questões são todas pertinentes e legítimas. Eu próprio já lhes tentei responder. Mas se entramos numa onda de «ses», então tudo se torna possível. Mas deixa-me esclarecer-te quanto ao que penso: no início também me deixei entusiasmar com a candidatura de Alegre, que parecia ser uma candidatura de convicções. Mas sobretudo porque nunca entendi as razões que terão levado Soares a dar o dito pelo não dito (http://antologiadoesquecimento.blogspot.com/2005/10/um-weblog-uma-dvida.html). No entanto, a verdade é que Soares disse que apoiaria Alegre se este fosse apoiado pelo partido, o que não aconteceu. Sendo assim, restava a Alegre uma de duas coisas: apoiar o candidato apoiado pelo partido do qual faz parte ou candidatar-se autonomamente, o que fez, justificando as suas razões, o que não fez. Ou melhor, fez: decidiu candidatar-se depois de saber que Soares seria candidato, candidatou-se por birra, candidatou-se por ego (Alegre, ao que parece, disse que só quis mesmo avançar quando soube que o PS não o apoiava. A isto chama-se ego, não se chama pátria: http://antologiadoesquecimento.blogspot.com/2005/11/per-qualche-dollaro-in-pi.html). Notícia do Público de 30 de Agosto de 2005: « Manuel Alegre deixou hoje implícito que não será candidato às presidenciais para não dividir a esquerda nas eleições de Janeiro». Depois da candidatura de Alegre, o que tivemos? Os votantes PS divididos, a esquerda dividida, uma onda de descredibilização fatal dos candidatos da esquerda, as questiúnculas da esquerda a deixarem no esquecimento o verdadeiro alvo: o stôr carranca. Vejamos a maioria dos títulos do público desde então: Jerónimo de Sousa diz que candidatura de Alegre "reforça" posição do PCP nas eleições, Jorge Coelho desdramatiza eventual candidatura presidencial de Manuel Alegre, Alegre tem “vontade política” mas faltam-lhe condições logísticas, José Lello acusa Manuel Alegre de criar "ruído" na campanha autárquica, João Cravinho: PS "nunca" poderá sancionar Manuel Alegre, Mário Soares acha "normal" e "legítima" candidatura de Alegre, etc, etc, etc. Sobre o stôr carranca, nem um piu. Conclusão: a votação de Alegre em conjunto com a de Soares dá um número próximo daquele que é costume o PS obter. O que me interessa perceber é por que numas eleições como estas terão ficado em casa tantas pessoas. Tenho algumas teorias: o efeito não vale a pena (Cavaco já ganhou), o descrédito em que caíram as candidaturas da esquerda, sobretudo a que teria hipóteses de ganhar, a apoiada pelo PS, depois de Alegre se ter candidatado, a indiferença do costume. O meu voto foi penalizador desse descrédito: foi para o mais fraquinho. Outros descrentes como eu, nem terão posto os pés nas locais de voto. A «candidatura cívica» de Alegre, ainda mais depois das patetices que andou a dizer nos debates (http://antologiadoesquecimento.blogspot.com/2005/12/umas-banalidades-e-tal.html), só serviu ao próprio Alegre. Repara na felicidade com que ficaram pelo resultado alcançado. Por terem perdido à primeira volta?!!! É de bradar aos céus…

 
At 4:32 da tarde, Blogger Amélia said...

Concordo genericamente com o que foi dito.Que méritos tinha Alegre para ser presidente?Ter sido anti-fascista? Mas nisso baterá Soares?
Fazer poemas que numa dada altura tiveram o seu lugar e andaram na boca dos da geração de 60 -Praça da Canção de há uns 40 anos e O Canto e as armas?E depois:poemas para fados (em fado prefiro o clássico e reles,canção urbana e lisboeta, mais ou menos dos bas-fonds, como o tango argentino - de que gosto e se ilustrou não só com Gardel, mas com Piazzola).O para mim inenarrável livro Cão como eu?O homem caricaturizado como o do A mim ninguém me cala? O amante da caça, pesca e de tiro aos pratos (que dirão os ambientalistas disto?)O candidato preterido por mais de 30%-ou de 40% - dos socialistas para secretário do Partido? Ou, como costumo dizer, o Busto (o II - a designação vem de Vergílio Ferreira( o tal «mauzinho»
tão tardiamente reconhecido -só depois de 74 - e que é só um dos grandes escritores do s.XX -que apelidava Torga de O Busto)?O homem
que se chateou com as cheias em Águeda,sua terra, apenas porque tinham causado desgaste em casa da da irmã -deputada e sua apoiante natural?Ou que se irritou por não constar de uma antologia sobre o s.XX português ou, terá sido,uma de poetas de Coimbra- e daí? também Camões, o Vão as águas do Mondego correndo...e outros? Que conseguiu a sua estátua em vida?Que entrou nesta corrida apenas por vingança por ter sido preteri-
do por Sócrates e Soares se lhe ter adiantado?
De qualquer modo: Soares merecia bem melhor - bem sei que a sua campanha foi infeliz - mas continua a ser um dos grandes do s.XX e, apesar dos tantos defeitos que por vezes lhe são apontados, um defensor sempre certo dos direitos humanos e da liberdade.E nunca se refugiou no silêncio cómodo de opinar sobre os grandes problemas nacionais ou internacio-
nais, com ou sem razão...e muitas vezes com razão antes do tempo).
Sejamos claros: a chamada Esquerda ou esquerdas perdeu.Não soube/
souberam unir-se em torno de candidaturas credíveis.Agora há que esperar que as coisas não venham a ser muito más -porque p'ra melhor 'stá bem s'tá bem(p'ra pior já basta assim - é que Cavaco e Sócrates são, a meu ver, idênticos...e vão dar-se bem.
Quem eu suspeito que se não dará tão bem com o novo presidente serão os Marques Mendes,Menezes,
Castros...etc.Que se cuidem, que o Professor nisso não deixará de se intrometer - como sempre fez, aliás.
Agora vejamos o que Alegre fará com o seu milhão e cento e tal mil votos.Continuará com o seu cargo no Parlamento (em nome de um Partido -ele que se disse, senão acima,pelo menos nada tendo a ver com partidos)-ou terá ele outro ofício que lhe assegure os rendimentos -para além da já garantida reforma como parlamentar ou irá andar por aí, como Santana Lopes?Já agora gostaria bem de saber se ele tem mesmo o título de Doutor...ainda hei-de averiguar isso.Não é necessário para se candidatar sê-lo -apenas ser maior de 35 anos(ele tem quase o dobro, o que não é defeito, claro - tomara eu que todos tivessem aos 105 anos a lucidez de Emídio Guerreiro...)
Uma nota suplementar: a menor votação de Soares foi justamente numa região a que está ligado -este distrito em que vivo.Também fora a única região onde o PSD venceu nas autárquicas de há menos de um ano...

 
At 4:46 da tarde, Blogger hmbf said...

sublinho, amélia, do princípio ao fim.

 
At 5:09 da manhã, Anonymous Anónimo said...

Caro Henrique, tens razão: entrar no reino dos «ses» é um bico-de-obra. Podemos andar aqui dias e dias que, provavelmente, não chegaremos a lado algum, se é que isso interessa (há quem afirme que o importante é a viagem e não a meta).
Também nunca entendi as razões que levaram Soares a dar o dito pelo não dito. Se calhar também se chamam ego. Tal como um actor nunca o será se não for, em primeiro lugar, vaidoso; não me parece plausível alguém candidatar-se a tal cargo sem que o próprio ego tenha alguma influência no assunto. Juraria até que entre os candidatos há egos muito maiores do que o do Alegre.
É engraçado que refiras a notícia do Público de 30 de Agosto. É que eu lembro-me de ter ouvido esse discurso e de toda a comunicação social concluir que ele não seria candidato. Mas lembro-me também de me ter sentido um autêntico palerma por ter sido o único no meu círculo de amigos e conhecidos que entendeu exactamente o contrário. É verdade. O que eu depreendi das palavras do Alegre nesse dia foi que ele não queria ser acusado de dividir a esquerda, mas que avançaria porque – subentendi – tal divisão já teria sido programada e não se deveria a ele. Admito que não achei o discurso muito claro, mas foi isso que entendi. Quando ele, mais tarde, avançou claramente, não foi para mim surpresa nenhuma.

Quanto às pessoas que ficaram em casa também tenho algumas teorias que batem certinho com as tuas. Só que a respeito do efeito não vale a pena e do descrédito dos candidatos de esquerda faço leituras distintas.
«Cavaco já ganhou» afastou mais das urnas quem já pendia para Cavaco. Só assim se explica a grande diferença entre o que lhe davam as sondagens e o resultado real. Acho ainda que a abstenção é um fenómeno regra geral mais frequente na direita do que na esquerda (provavelmente já terá sido mais do que é hoje, mas continuo com essa impressão). Cá para mim, Alegre até foi buscar mais votos do que Soares a quem tinha dúvidas sobre Cavaco. Mas, novamente, os «ses»...
O descrédito dos candidatos da esquerda enquadra-se no mais amplo descrédito da esquerda, a que não é alheia a governação do Sócrates que, depois de ter ganho com maioria absoluta, espatifou algumas das promessas mal se sentou na cadeira, afectando-nos directamente o bolso, o cinto, e ainda partes pudibundas do corpo, especialmente se carecerem de lubrificação. Só quem não está minimamente interessado em ganhar uma eleição aumenta o imposto sobre os combustíveis na fase final da campanha, por exemplo.

É claro que Cavaco tinha uma grande vantagem em relação a todos os outros. Estava há dez anos retirado da política activa, num plano preparado até ao mais ínfimo pormenor para voltar em grande. O que lhe devem ter custado a passar estes anos!... Outra vez o ego ;)
Há muita gente que votou Cavaco que nem se lembra dele. Era a única cara nova. (Dez anos é muito tempo, já cantava o Paulo). Não sabem que o homem é um cepo cultural, uma aventesma emproada que só vê números e percentagens e que não consegue alinhavar três frases seguidas. Não deixa de haver uma certa justiça poética nisto: o homem é o espelho do país que temos (excluindo a parte dos números, que em matemática é o que se sabe...)
Como escreveste, e bem, espero que não saia para não nos envergonhar junto da estranja.

Uma candidatura à Presidência da República parte sempre duma vontade pessoal. Só pode ser candidato quem o quiser, e todo o cidadão dentro dos parâmetros exigidos para tal o pode ser. E tem todo o direito a sê-lo. Ou seja, nenhum deles teve mais ou menos direito a ser candidato do que qualquer outro. Incluindo o teu «mais fraquinho» que tentou até à última uma convergência da esquerda, mesmo com um candidato conservador (Freitas do Amaral ou Pires de Lima eram bem vistos por ele!!!!) Mas o homem não sabe que quando um partido tem o seu líder envolvido numas eleições destas (casos do PCP e do BE), estes não podem desistir sob pena de enfraquecerem a sua base de apoio partidária?

É claro que subscrevo as tuas palavras sobre a coragem de Soares. De facto, não precisava disto para nada e avançou, mesmo sabendo que não ganharia, que ele de estúpido não tem nada. Sem dúvida alguma, uma lição.

Desculpa o tamanho do lençol e alguma dispersão de pensamentos, mas isto de escrever às cinco da matina depois de doze horitas de trabalho... :) Melhor seria conversarmos sobre isto – ou, de preferência, outros assuntos bem mais elevados – com umas cervejolas de permeio.

Um abraço.

 
At 5:32 da manhã, Anonymous Anónimo said...

Amélia, acrescento mais umas perguntas que não fez.
Que méritos tinha Cavaco para ser presidente?
Que méritos tinha Soares para ser presidente?
Que méritos tinha Jerónimo para ser presidente?
Que méritos tinha Louçã para ser presidente?
Que méritos tinha Garcia para ser presidente?

Não é necessário pensar muito para encontrar facilmente defeitos e pecadilhos em todos eles, pois não?

P.S. (Salvo seja) Conheço fados mal escritos, mal cantados, mal tocados... Não conheço fado clássico (por uma questão meramente técnica de definição) nem reles (porque não há) :)

Ah, conheço fado maltratado também. E ainda ando a matutar porque terá o stôr carranca escolhido uma fadista como mandatária para a juventude que, ainda por cima, falou tanto ou menos do que ele.

 
At 9:48 da manhã, Blogger Amélia said...

Fernando: terá votado, então, em branco? Ou não votou?Qualquer dessas seria uma solução.Todos os candidatos tinham pecados, sim...uns mais que outros, de acordo com as convicções e posturas de cada um - e nós que, uns e outros, sempre vamos votando em pecadores?
Quanto ao fado: você percebeu bem
o que eu quis dizer com fado clássico e reles - ou não, e quis dar apenas uma lição de música?Eu estou sempre pronta a aprender com quem saiba mais do que eu-e
e fácil, porque a maior parte das coisas que há para saber eu ignoro.E nem todos se consideram assim ignorantes.Alguns raramente têm dúvidas e nunca se enganam -ouvi em tempos ( na vcerdade só ouvi dizer isto a uma pessoa).Pois eu tenho dúvidas, erro bastantes vezes, e engano.me ainda mais vezes.Tenha um bom dia, amigo.

 
At 12:05 da tarde, Blogger hmbf said...

Fernando, tu perguntaste-me se eu achava que se o Alegre não se candidatasse, o Soares teria mais 20% de votos ou que haveria menos gente a votar no stôr carranca? Eu julgo que sim e tentei explicar-te por quê: a candidatura do Alegre veio dividir os eleitores do PS e “descredibilizar” as candidaturas da esquerda. Quanto ao resto, quando falo de candidaturas de ego refiro-me às razões que levaram os candidatos a candidatarem-se. Soares, porque o PS o convidou; Alegre, porque o PS não o convidou. Isto, para mim, faz toda a diferença. E por aqui me fico.

 
At 3:10 da tarde, Anonymous Anónimo said...

Manuel Alegre escreve livros que adoro, era o politico mais charmoso ;) na corrida e é um homem de esquerda à antiga, o que eu gosto, mas não recebeu o meu voto porque tudo se desmoronou face à sua ineptidão para o cargo a que se propôs. Para mim ela ficou clara nos debates, nas intervenções de rua, na forma como lidou com os jornalistas. Fui uma desilusão. E penso que, se na verdade os portugueses não votassem por fé mas por ouvirem e verem os candidatos a actuar, muito dificilmente ele teria conseguido tantos votos. Mas ele lá ficou, como a bandeira dos cidadãos que não tiveram muito por onde escolher. Mas o que é necessário avaliar é o que ganhou de relevante Manuel Alegre com a sua candidatura e o seu resultado final? Respeito pelos portugueses? Mas isso ele já tinha... até tinha mais antes de se esparramar nas armadilhas políticas dos debates e da comunicação social. Respeito dentro do PS? Talvez.. a prova em números do que todos já sabiam, que a estratégia Socialista foi desde o inicio uma nulidade. Mas o que é mais importante perguntar é: o que ganharam os portugueses com a candidatura de Manuel Alegre? As "sinergias criadas" como foram mencionadas pelo candidato, "o movimento de cidadãos" que surgiu, para onde vai agora, o que ganhou ou o que conseguiu para o país? Irá Manuel Alegre formar um partido alternativo para dar voz a esses cidadãos que pelos visto não se enquadram em mais lugar nenhum da politica nacional? Ou será que todos os que votaram nele alinharam apenas na "birra" contra o PS e o estigmatizado Soares?

 
At 5:22 da tarde, Anonymous Anónimo said...

A Kaku diz tudo: «Foi uma desilusão.»

 
At 1:06 da manhã, Anonymous Anónimo said...

Amélia, votei e não em branco. O que eu quis salientar foi que nenhum dos candidatos está isento de falhas, nenhum é exemplo de pureza imaculada. Cada um de nós interpreta os «defeitos» dos ditos cujos da forma que mais nos convém, pesando-os com as «virtudes» na balança das nossas convicções, sejam ideológicas ou de qualquer outro tipo.
O meu melhor amigo sempre foi um soarista convicto. Ele votaria (o condicional deve-se à sua morte prematura há uns anos) Soares em qualquer circunstância para qualquer cargo, independentemente do que o senhor fizesse ou dissesse, mesmo que não fosse o candidato oficial do PS, simplesmente porque era um admirador indefectível do homem.
Aliás, eu gostaria de saber se Manuel Alegre tivesse sido a escolha do PS, se muita gente teria para aí escrito sobre a sua incompetência e inaptidão para presidente. Bem sei que os «ses» são uma chatice. :)
Quanto ao fado, é claro que percebi bem o que quis dizer e não pretendi dar-lhe qualquer lição. Estava a «meter-me» consigo. Não me leve a mal que eu até sou bom rapaz...

Kaku – há quanto tempo :) – sinceramente, não considero que haja algum «alegre movimento de cidadãos». Acho uma parvoíce algumas análises a cantar vitória quando a derrota foi total. Os 20% que obteve esboroaram-se na hora dos resultados devido à natureza particular deste tipo de eleição. Se o Alegre criar um partido após tanto apregoar contra as lógicas partidárias e sobre a cidadania acima dos partidos, dará um tiro no pé e muitos dos que nele votaram dar-lhe-ão um tiro na cabeça.
Eu votei nele principalmente porque achei que era o mais bem posicionado para ir à segunda volta e continuo a achar que foi ele quem roubou mais votos à múmia. Digamos que foi assim uma espécie de voto útil que se revelou inútil.
E quanto a ineptidão para o cargo, não acabou por ganhar o mais inepto de todos?
Beijos.

 
At 1:09 da manhã, Anonymous Anónimo said...

Eh pá... Estas caixas de comentários transformam uma dúzia de linhas em autênticos testamentos...

 
At 3:51 da tarde, Blogger Amélia said...

»Aliás, eu gostaria de saber se Manuel Alegre tivesse sido a escolha do PS, se muita gente teria para aí escrito sobre a sua incompetência e inaptidão para presidente.»-diz o Fernando.
Pois bem:Eu manteria a mesma posição que já explicitei.Não ando -por enquanto - ao sabor do PS nem de ninguém...
tendo,contudo, consciência de que nunca podemos estar certos das escolhas que fazemos e andamos todos a ser manipulados pelos fazedores de opinião que por aí pululam, e que, no geral, são bem pagos para opinarem- sobretudo porque não têm de passar das palavras aos actos.Claro que me refiro aos agora chamados
«politólogos»(nunca vi tantos nesta desgraçado país que amo)...

 

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