It's clear to see that you've become obsessed
Vou, de uma vez por todas, explicar porque acabei com o Universos Desfeitos (melhor, porque quero acabar… – aguardo resposta do Paulo Querido). As circunstâncias a isso me obrigam, dada a reacção de algumas pessoas e e-mails que tenho recebido e por aí fora. Quando resolvi transformar o Universos Desfeitos num weblog de/sobre poesia, nunca pensei que a coisa chegasse ao ponto de ter pessoas a pedirem-me para constar no Poemário que foi sendo construído, única e exclusivamente, na base de um gosto pessoal. Tive apenas um critério na selecção dos poemas: gostar dos mesmos e tê-los lido, não porque a isso me impus, mas porque assim calhou. Entretanto enviaram-me livros por correio normal e em formato digital, sugeriram-me/pediram-me leituras, pessoas desconhecidas e outras nem tanto. Foi bom receber alguma repercussão do trabalho ali desenvolvido, mas tornou-se um pesadelo ter que dizer não a algumas pessoas que me abordaram por várias motivos. Ainda hoje recebi dois e-mails de alguém que já editou poesia, publica frequentemente recensões nos jornais e em páginas online, alguém que admiro pela sua dedicação à poesia (note-se), a propor a sua contribuição e a “pedir” para constar naquele inventário de poetas que ainda lá vive (não porque eu queira, mas porque a isso me tenho visto obrigado). Não quero magoar ninguém, não é essa a minha intenção, por isso me custou tanto quando tive de dizer: não. Houve quem interpretasse isso mal, mas eu tinha para mim que a tal condição de haver lido o poema não por sugestão mas por acaso era absolutamente fundamental. O que me parece é que algumas pessoas se esqueceram que aquilo é apenas um weblog, e que tinha uma só pessoa na sua administração (uma pessoa que, por acaso, tem nove turmas de secundário para gerir). Não levo a mal essas pessoas, mas peço-lhes que não me julguem erradamente. Também penso que os weblogs se estão a tornar numa coisa demasiado séria e, em alguns casos, pouco mais que promocional. É possível que o fenómeno esteja associado ao facto de ser cada vez mais frequente encontrar no mercado livros que saíram de weblogs. Isso levará algumas pessoas a fazerem de um weblog uma espécie de meio para chegarem ao papel. Eu nunca aqui estive, nem estarei, por essa razão. Até porque sou ecologista. :) Agora, permitam-me, vem o choradinho da verdade: a minha filha, agora com dois anos, andava a interromper-me demasiadas vezes para que eu fosse brincar com ela. A ela, eu não podia dizer que não. Sendo assim, o Universos Desfeitos transformou-se-me num pesadelo. Esta Insónia será mais instantânea, o que me permitirá poupar tempo. Quero enchê-la, mas sem compromisso. A outra estava a transformar-se num compromisso. Ou seja, numa chatice. Afinal, eu só quero estar na blogolândia como uma criança que brinca.
10 Comments:
«estava a transformar-se num compromisso. Ou seja, numa chatice. Afinal, eu só quero estar na blogolândia como uma criança que brinca.»
É isso: entendo e partilho :)
ora, por isso mesmo comentei por lá, que as decisões são isso mm, e sendo aquele espaço TEU não tem sentido que te peçamos para o manteres
o que não invalida que espressemos o nosso desalento
tenho pena que as pessoas tenham feito uma leitura enviesada do que era aquele TEU espaço
o que as pessoas decidirem fazer enquanto juízo de valor sobre ti será problema delas ; )
aproveita bem a filhota crescem num instante
nelson
Já tinha entendido que era por boas razões e brincar é muito importante, também para a tua filha. Força!
Percebe-se muito bem. Integrei duma vez, uma revista literária e era uma chatice com o "tráfico de influências", por banda de outros elementos, que não sabiam, ou não podiam, dizer não. Foi por isso que saí. Achei bem esta clarificação, pois percebe-se melhor uma certa mudança de tom. E quanto ao "Poemário" faz delete; porque os "mortos" estão-se nas tintas e os vivos que continuem a escrever....
2.º anonymous
eu imaginava a chatice, o peso, que podia ser. e acho que o blog deve ser mesmo isso, algo entre o lúdico e o sério. mas não na direção que algumas pessoas entendem o sério.
porque afinal eram sérias as suas, por assim dizer, discussões sobre poesia. eu as seguia (como a tantas outras coisas postadas lá) de perto.
e pensava comigo : se eu não tenho tempo de ler tudo, que é tão mais rápido do que escrever, como será que ele faz? : )
beijos
Ainda há coisas que me surpreendem. Houve quem te pedisse para ser incluído numa categoria do teu blogue?
De repente, lembrei-me dum texto teu sobre a Dona Cunha...
E venha a "brincadeira" pois com ela se aprende e se cresce.
Poesia a sério é brincar com os nossos rebentos.
Fico com pena, mas fico também contente pela tua decisão. Com pena porque descobri muita (mesmo muita) poesia que desconhecia.
Contente porque escolheste manter a tua independência quando sentiste que esta estava em risco.
Os meus aplausos.
Papá tá titite?
Tatilde
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