5.9.06

AB(C) DO HOMEM A CAVALO

Era uma vez um Cavalo que queria ser Presidente da República. Encontrou o Homem sem Ambições e disse-lhe: “Não compreendo como é que tu podes ser sempre tão satisfeito contigo mesmo, e nunca querer nada”. O Homem Sem Ambições perguntou: “Para onde te diriges, futuro Presidente?”. “Para o Supremo Parlamento, claro, onde todos me aguardam com impaciência”. “Sendo assim” – continuou o Homem Sem Ambições – “e como também vou para esses lados, talvez possas permitir que eu me monte na tua Real Garupa”. “Está bem” – respondeu o cavalo, baixando-se em simpatia por aquele homem tão simples.

O Cavalo ia muito cansado mas ao fim de três dias chegaram ao destino. Mal atravessaram a Grande Porta, porém, o Cavalo caiu morto e os presentes suplicaram ao Homem Sem Ambições que aceitasse ser o novo Presidente. “Nem pensar, o Presidente deve ser este Nobre e Valente Cavalo que aqui jaz. Eu apenas desejo ser reconhecido como o Homem Sem Ambições e receber uma pensão mensal vitalícia de 3500 euros pela minha honesta e brava renúncia”. E assim foi de nome Portugal, com jantar e tudo.


Rui Costa