MAIS OU MENOS POEMAS DE AMOR
1
por ti
deixava de meter
o dedo no meu belo nariz
e de roer as minhas unhas deliciosas
por ti mandava arranjar os dentes
e comprava um colchão
por ti
matava a minha barata favorita
que vive no rodapé
junto do estirador
2
Espanto-me
por que
nós
dormimos
essas noites
e o que perdemos
3
quantos dias
pensas
que vou deixar-te
frio não é a palavra exacta
meto um diamante
debaixo da língua
e tu
podes ir à procura dele
4
podes ter a certeza
que da próxima vez
que formos para a cama
ficarei quite
vou enganar-me no teu nome
e hás-de pensar
que aconteceu
acidental
por ti
deixava de meter
o dedo no meu belo nariz
e de roer as minhas unhas deliciosas
por ti mandava arranjar os dentes
e comprava um colchão
por ti
matava a minha barata favorita
que vive no rodapé
junto do estirador
2
Espanto-me
por que
nós
dormimos
essas noites
e o que perdemos
3
quantos dias
pensas
que vou deixar-te
frio não é a palavra exacta
meto um diamante
debaixo da língua
e tu
podes ir à procura dele
4
podes ter a certeza
que da próxima vez
que formos para a cama
ficarei quite
vou enganar-me no teu nome
e hás-de pensar
que aconteceu
acidental
Tradução de Manuel de Seabra.
Diane di Prima nasceu em Brooklyn no dia 6 de Agosto de 1934. Começou a escrever ainda muito jovem, chegando a trocar correspondência com Ezra Pound e Kenneth Patchen. A sua primeira colectânea de poemas, This Kind of Bird Flies Backwards, apareceu em 1958. Passou a década de 1950 em Manhattan, onde se juntou aos escritores da Beat Generation. Fundou a Poets Press e foi co-fundadora do New York Poets Theatre. Dirigiu também a revista Floating Bear.
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