POEMA DO MAR E DA SERRA
Ó mar de que não sei nada
Nem vejo que desvendar,
És só a mais larga estrada
Para ir e voltar!
Eu sou lá dos montes
Que medem o céu,
Sou das frias serras onde primeiro o Sol nasceu
E onde os rios ainda são apenas fontes.
Sou de onde as árvores falam
A língua que eu conheço,
Onde de mim sei tudo
E do resto me esqueço.
Lá, tenho olhar de estrelas a luzir
E tenho voz de guardador de rebanhos,
Passos de quem só desce pra subir,
Mãos sem perdas nem ganhos.
Contigo falo, ó mar,
Se a Lua vem do céu passear no mundo,
Tornando-te a planície do luar
Sem ecos nem mistérios de profundo.
Mas só lá sou da terra e a terra é minha,
Só lá eu sou do céu e o céu é para mim,
Ó serra aonde há tal serenidade
Que nada tem começo
Nem fim.
Nem vejo que desvendar,
És só a mais larga estrada
Para ir e voltar!
Eu sou lá dos montes
Que medem o céu,
Sou das frias serras onde primeiro o Sol nasceu
E onde os rios ainda são apenas fontes.
Sou de onde as árvores falam
A língua que eu conheço,
Onde de mim sei tudo
E do resto me esqueço.
Lá, tenho olhar de estrelas a luzir
E tenho voz de guardador de rebanhos,
Passos de quem só desce pra subir,
Mãos sem perdas nem ganhos.
Contigo falo, ó mar,
Se a Lua vem do céu passear no mundo,
Tornando-te a planície do luar
Sem ecos nem mistérios de profundo.
Mas só lá sou da terra e a terra é minha,
Só lá eu sou do céu e o céu é para mim,
Ó serra aonde há tal serenidade
Que nada tem começo
Nem fim.
Branquinho da Fonseca nasceu em Mortágua, no ano de 1905. Terminou o curso de Direito, em Coimbra, em 1930. Filho do escritor Tomás da Fonseca, usou por vezes o pseudónimo de António Madeira. Colaborou nas revistas Manifesto e Litoral, foi co-editor das revistas Tríptico, Presença e Sinal. Estreou-se em 1926, com uma colectânea singelamente intitulada de Poemas. Foi também dramaturgo e ficcionista. Faleceu em 1974, em Cascais.
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