Em cada ave dormia uma montanha.
Em cada mão o réptil sagrado
vinha comer o sal. Nas ruas do porto
um bispo velho interrogava a árvore.
O vinho andava nu, e havia perto do rio
quem chorasse as savanas perdidas
depois do seu encontro com a neve.
Como o fogo lhe faltasse, o feiticeiro
casou com a cidade enquanto ardia.
Tradução de Eugénio de Andrade.
Em cada mão o réptil sagrado
vinha comer o sal. Nas ruas do porto
um bispo velho interrogava a árvore.
O vinho andava nu, e havia perto do rio
quem chorasse as savanas perdidas
depois do seu encontro com a neve.
Como o fogo lhe faltasse, o feiticeiro
casou com a cidade enquanto ardia.
Tradução de Eugénio de Andrade.
Alain Bosquet nasceu em Odessa, Ucrânia, a 28 de Março de 1919. Filho do poeta Alexandre Bisk, emigrou para a Bélgica onde fez estudos na Universidade de Bruxelas e, posteriormente, na Sorbonne. Mobilizado em 1940, tornou-se redactor, em Nova Iorque, do La Voix de France. Acabou desembarcando com os americanos na Normandia, em 1944. Um ano depois publica La vie est clandestine. Foi professor de literatura francesa nos EUA e professor de literatura americana em França. Trabalhou ainda como jornalista, tradutor e crítico literário em vários órgãos da imprensa escrita (Combat, Le Monde, Figaro, Quotidien de Paris). A sua extensa obra literária, várias vezes distinguida, divide-se pelo romance, pela poesia, pelo drama e pelo ensaio. Faleceu em Paris, no dia 8 de Março de 1998.
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