SILÊNCIO
Silêncio: que prazer seria
Consumi-lo, comê-lo como pão.
Nunca há bastante. Agora,
Quando estamos calados, metal
Ainda tine em tremente
Metal; porta que bate; uma criança
Chora; outras vidas nos cercam.
Mas recordai, não há
Silêncio dentro; o ventre
Suspira, ronca, e o que é
Esse bater, essa chamada?
Um tambor bate, um tambor.
Ouve a tua máquina ruidosa,
Que para o silêncio se dirige.
Tradução de Manuel de Seabra.
Consumi-lo, comê-lo como pão.
Nunca há bastante. Agora,
Quando estamos calados, metal
Ainda tine em tremente
Metal; porta que bate; uma criança
Chora; outras vidas nos cercam.
Mas recordai, não há
Silêncio dentro; o ventre
Suspira, ronca, e o que é
Esse bater, essa chamada?
Um tambor bate, um tambor.
Ouve a tua máquina ruidosa,
Que para o silêncio se dirige.
Tradução de Manuel de Seabra.
Edward Lucie-Smith nasceu em Kingston, na Jamaica, a 27 de Fevereiro de 1933. Mudou-se para Inglaterra em 1946, tendo estudado em Canterbury, Paris e Oxford. Poeta, fotógrafo, crítico de arte e curador, é autor de uma vasta bibliografia iniciada em 1961 com A Tropical Childhood and Other Poems.
<< Home