4.6.08

REINO DE CASTELA

Através do 1979, fui parar a um post publicado no Rua da Castela sobre uma parceria entre a casa não sei de quem e o grupo editorial não sei das quantas. Como esse post não me interessou, resolvi passear um pouco pelo mais recente weblog do escreditor (nova classificação para escritores que também sejam editores ou vice-versa) Jorge Reis-Sá. Eis senão quando dou com um texto a lembrar as velhas e saudosas epístolas que o mesmo escreditor publicava no seu extinto querido diário. Desta feita, o visado é Paulo Teixeira Pinto, esse bom amigo de seu amigo, qualidade que, estou em crer, Reis-Sá muito apreciará. E que diz o escreditor Jorge Reis-Sá nesta epístola intitulada de Elogio de Paulo Teixeira Pinto? Diz o seguinte: «Mas a verdade tem de ser dita: o Paulo Teixeira Pinto foi do melhor que poderia acontecer à edição portuguesa». Mas mais que tudo é o remate: «não quero deixar de dar um abraço a alguém que tem uma postura com a qual tanto me identifico. Não o conheço, quero também dizer. Por isso me permito este elogio desassombrado. Caro Paulo Teixeira Pinto: espero poder contar consigo no meio do meio dos livros por muitos e muitos anos. Abraço». Enfim, comentários para quê. É Jorge Reis-Sá ao seu melhor nível.

13 Comments:

At 5:59 da tarde, Blogger manuel a. domingos said...

não vou tecer nenhum comentário à carta de Jorge Reis-Sá.

no entanto, não gostei (e não entendi o sarcasmo, pois é disso que se trata, não é?) dessa nova classificação para escritores que também são editores. não sei se é tua, mas é de muito mau gosto.

não vejo, sinceramente, qual é o problema de ser escritor e editor ao mesmo tempo. e não vejo qual é o problema de ser editor e publicar-se a si próprio na sua própria editora. por exemplo: Luiz Pacheco. era editor e escritor. também se insere nesse conceito? valter hugo mãe? josé rui teixeira? manuel de freitas?

e já agora. que nome daremos àqueles editores que só publicam os seus amigos ou os amigos dos seus amigos? e os autores que publicaram em edição de autor? que nome têm?

 
At 6:07 da tarde, Blogger Vitor_Vicente said...

Pela parte que me toca, não me sinto molestado em nada com o título de escreditor.

Excepto em partilhá-lo com o Reis-Sá!

Ossos do ofício...

 
At 6:51 da tarde, Blogger hmbf said...

manuel, não sejas pateta. correu-te mal o dia? olha, a mim podes chamar-me "caralho ta foda" que eu não me importo nada com isso. simplesmente não vejo nada de depreciativo no termo. ainda pensei em escritedicotor (escritor+crítico+editor), mas era muito rebuscado.

vitor, gostas mesmo do rapaz.

 
At 10:02 da manhã, Blogger L. said...

não sei se o Paulo Teixeira Pinto não será de facto algo de bom a acontecer.

Ele foi corrido da banca, e tem acordo para não voltar. Quer divertir-se com as coisas de que gosta. E gosta de literatura.

Veremos. lá porque tem dinheiro não quer dizer que seja mau.

 
At 10:24 da manhã, Blogger Luis F. Cristóvão said...

a mim, também não me fez cócegas. embora prefira a expressão "gajo dos livros". é mais "à home com ó grande".

e aproveito para deixar aqui um abraço ao Henrique, que eu não conheço, mas que admiro muito. (eh eh eh)

 
At 11:07 da manhã, Blogger manuel a. domingos said...

o dia nem me correu mal.
ser pateta é coisa que não consigo evitar :-)
mas não gosto do termo e continuo a considerá-lo depreciativo

 
At 11:44 da manhã, Blogger hmbf said...

Olhem, nem sei bem o que vos diga. Vamos por partes:

L, mas quem disse que é por ter dinheiro que o homem é mau? Lá está você a extrapolar. Com o Peixoto era por andar no “mainstream”, agora é por ter dinheiro. Você tem que tentar ver as coisas para lá desses preconceitos. E eu nem sequer disse que era mau o homem amar os livros, investir nos livros, dar muitos livros ao mundo. Se quer que lhe diga, estou-me nas tintas para isso. O que aqui está em causa é o tom da epístola de Reis-Sá:
1. esta magnífica hipérbole: “Paulo Teixeira Pinto foi do melhor que poderia acontecer à edição portuguesa”. Foda-se! E eu a pensar que tinha sido o Jorge Reis-Sá;
2. esta magnífica declaração de interesses: “alguém que tem uma postura com a qual tanto me identifico. Não o conheço”. Não o conhece, mas identifica-se com ele. Eu também me identifico com muitas pessoas que não conheço, embora não me identifique nada com esse tipo que é monárquico, da Opus Dei e, como dita a boa moral católica (a dele), largou o cargo no BCP com uma indemnização de 10 milhões de euros e com o compromisso de receber até final de vida uma pensão anual equivalente a 500 mil euros (35 mil euros por mês, 14 meses por ano), tendo passado à situação de reforma em função de relatório de junta médica. Na verdade, eu identifico-me mais com os entrevados que são obrigados a trabalhar porque não há junta médica que lhes reconheça os ossos partidos. É Portugal no seu melhor. Que haja quem se identifique com isto… Olhe, leia os poemas do homem;
3. este piscar de olho amoroso: “espero poder contar consigo no meio do meio dos livros por muitos e muitos anos”. Eu também espero contar com ele, mais que não seja para me ensinar como é que posso conseguir convencer uma junta médica de que estou todo fodido da moina. Será que bastará eles virem aqui ver que perco tempo com estas merdas?

Luís Filipe Cristóvão, quero aqui declarar que também eu não o conheço, embora não fizesse ideia de que você não me conhecesse a mim, e dizer que conto consigo no meio dos livros durante muitos anos, até porque você, a seguir ao Paulo Teixiera Pinto, é o melhor que podia ter acontecido à edição em Portugal, é alguém que tem uma postura com a qual me identifico, amo-o muito, estava capaz de lhe lamber as botas, dar-lhe beijinhos no cu, pagar-lhe uma jantarada, sugerir-lhe uma parceria, pedir-lhe um empréstimo para a minha próxima edição de autor, montar consigo uma barraca no Terreiro e seguir a passo, por esse mundo fora, promovendo a cultura, os livros e a alegria de viver. :)

Manuel A. Domingos, e pronto e pronto e pronto. O que é que se há-de fazer. Tu és aquele tipo que fica sensível com o sketch com o homem do vai mas é trabalhar. És um tipo sensível. Tens que matar mais galinhas (não fiques sensível, é uma alusão ao poema da Sophia). Ou então pôr em prática alguma da sabedoria do Bukowski, que também te deve deixar muito sensível quando o lês. :)

Saúde a todos,

(Fónix, grande lençol!)

 
At 2:50 da tarde, Blogger L. said...

acho que o reis-sá exagerou de proposito nessa do "melhor que aconteceu"

atenção, eu não estou a querer dizer que é o olhar do hmbf que fala do ptp por ter dinheiro ou do peixoto pelo mainstream - estou é a dizer que há muita gente com essa perspectiva.

 
At 2:57 da tarde, Blogger hmbf said...

Lá por acaso é que não deve ter sido. Mas quem é essa gente, onde anda essa muita gente?

 
At 12:51 da tarde, Blogger Luis F. Cristóvão said...

até estou capaz de (não financiar-te uma edição de autor mas) contratar-te para a livrododia, carago!

tens que dar um desconto ao Manuel que ele ainda não tomou os comprimidos para as alergias linguísticas ;)

 
At 1:48 da tarde, Blogger hmbf said...

Um contrato? Olá.... Isso vinha mesmo a calhar.

Se tudo correr bem, hoje vou com o Manuel apanhar galinhas. Aí é que ele vai ver o que é sangue.

 
At 2:28 da tarde, Blogger ruialme said...

Henrique, só um reparo: pelo q é público, o PTP já não é da OD.
E ser ex-OD não impediu o Ruy Belo de ser o q foi.
(não quero com isto dizer q o PTP vai ser outro RB, nada disso... até porque não estou a ver mais nenhum ponto de contacto entre os dois)

 
At 5:06 da tarde, Anonymous Anónimo said...

e tão grande foi a influência do PTP no JR-S que este inverteu do PS para o PSD e há pouco entrou para a Opus Dei. Pelo caminho a única pena foi ter sido expulso da Babel por ter registado o nome de uma editora nova enquanto trabalhava na Babel e a carta de registo ter chegado às mãos de directores da Babel

 

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