20.12.06

IVG #21

"Abortar como opção quando já bate um coração?" Vê-se por aí em enormes outdoors esta frase que remete subliminarmente para o arcaísmo judaico-cristão da mulher pecadora e leviana. Sendo que a dita frase surge em forma de pergunta, induz portanto respostas. E a minha resposta é a seguinte: sim, abortar como opção quando já bate um coração de mulher, de mulher responsável que enfrenta condições de vida adversas, nos planos afectivo, económico ou social, que a conduzem a essa opção, nos prazos impostos pelos conhecidos limites biológicos. Para que o seu coração de mulher continue a bater e a sua vida não se transforme num drama. Para continuar a ser mulher responsável.
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3 Comments:

At 4:11 da tarde, Anonymous Anónimo said...

Obrigado, Henrique, pelo destaque. Entendo-o como confirmação de que já somos bastantes a encarar deste modo a IVG. Esperemos que valha a pena.

 
At 9:08 da tarde, Blogger Rui Pedro said...

Que cansaço este tema. Na volta a abstenção ainda vai aumentar mais. Se eu não sou capaz de denunciar uma mulher que abortou, terei de votar "sim", certo? E os meus concidadãos?

 
At 10:15 da tarde, Anonymous Anónimo said...

Votar e referendar esta questão a esta altura já é por si vergonhoso quanto mais ainda ter que ler essas frases...ando a recebê-las na minha caixa de correio, estratégicamente na altura do natal, com bebes de vários tamanhos e em vários estadios de desenvolvimento...e o que me vem à cabeça em primeiro lugar é precisamente o pensar, eu , que nunca fiz um aborto, sinto-me envergonhada. O que sentirá uma mulher que tomou essa decisão sendo por ela responsável?
O coração dela continua a bater e terá outras oportunidades de disfrutar da sua gravidez e do seu "lado" maternal quando bem o entender...ninguém pratica o aborto por desporto. Só por necessidade, vamos contribuir para que seja nas melhores condições possíveis? Ou vamos continuar a tapar o sol com a peneira? Quem é rico /quem tem posses, que o faça nas melhores condiçõs, os outros, a maioria que não tem euros para "mandar as filhas ou as esposas de férias", que os tenham...a quem ? Às crianças que ninguém quer...Ridículo para não chamar de medievalista.

 

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