IVG #22
Se bem leio no Público, o Papa Bento XVI comparou o aborto e as pesquisas em embriões ao terrorismo. É preciso ter cuidado com estas notícias sobre o que o Papa afirma, mas, a ser verdade, esta afirmação só vem comprovar o que eu já havia aqui vaticinado. Talvez valha a pena lembrar que não sou dos que defendem o silêncio da Igreja de Roma nestas matérias do pecado, gabando-lhe mesmo a coerência com que se posiciona sempre em favor da miséria que leva à luz do Senhor. Mas a questão aqui é outra. O Papa Bento XVI, ao comparar o aborto ao terrorismo está, provavelmente sem querer, a comprar mulheres que abortam a terroristas. Isto é inaceitável, tão inaceitável quão são as comparações da Santa Inquisição ao nazismo. A Santa Inquisição foi muito pior, até porque deixou rastros poderosíssimos no discurso oficial da Igreja. O resultado está à vista de todos. Só não vê quem não quer. Mas é claro que quem não quer ver vai desunhar-se na defesa das afirmações do Papa, desde logo negando a comparação que foi feita (ainda que de forma enviesada).
5 Comments:
Olá Henrique,
Não é só a Igreja Católica e os "Bentos". Mas,ouvi numa das estações da nossa TV, discutir-se, por que razão, sendo as Leis sobre matéria de IVG tão parecidas em Portugal e Espanha,porquê a prática médica e judicial era tão dispar.
A razão é que os médicos espanhóis tomam em consideração que uma gravidez indesejada prejudica A SAÚDE PSICOLÓGICA da mulher. Coisa que com Lei igual, os MÉDICOS PORTUGUESES, (ou pelo menos grande parte deles) se estão nas tintas.
Mas os hipócritas e farisaicos defensores da "Vida", já perderam.
Porque a Clínica de Badajoz, VEM SIM, para Portugal, onde haverá, feliz e misericordiosamente, MÉDICOS, que consideram que uma gravidez não desejada PREJUDICA A SAÚDE PSICOLÓGICA DA MULHER.
Inês Lourenço
Olá Inês. Obrigado pelo comentário. Sugiro-lhe, no entanto, a leitura do #7 desta série. E, já agora, todo o post do Aspirina B aí referido. Saúde,
Henrique, a passagem é esta: "Quanto ao direito à vida, cabe denunciar o destroço de que é objecto na nossa sociedade: junto às vítimas dos conflitos armados, do terrorismo e das mais diversas formas de violência, temos as mortes silenciosas provocadas pela fome, pelo aborto, pelas pesquisas sobre os embriões e pela eutanásia. Como não ver nisto tudo um atentado à paz?"
Pessoalmente, não considero q se trate de uma comparação.
Rui, eu li a passagem. Por isso mesmo digo que o que o Papa faz é dizer o que pensa de uma forma enviesada. Ele sabe muito bem que as consequências disso serão uma leitura também ela enviesada das suas afirmações, ou seja, o que está à vista. Tal como na questão islâmica, a comparação que agora se lhe acusa só pode resultar de um discurso que alguns classificarão de astucioso e outros de ingénuo, puro e inocente. Eu não ponho as mãos no fogo por Papa algum. Logo, julgo mesmo que o que ele queria dizer é que as mulheres que abortam são terroristas – um discurso oficial que não anda longe de muitas homilias por essas aldeias dentro onde se desagravam violações de crianças, por exemplo, em comparação com a prática abortiva. A mentalidade da Igreja é esta. As minhas preces serão para as boas pessoas de fé, que as há.
Continio a achar que as "cúpulas" médicas '0rtuguesas estão mamcomunadfas com o Vaticano em Comissões de Ética e outras malévolas formas de nos conservarmos TEMENTES e sem direito de opção.
Então Espanha não é um país católico??? E porque será que vão lá as tugas à IVG?
Isto é um problema de saúde pública e saúde reprodutiva, onde o clero se devia manter discreto e piedosop. Não armar erm cruzadismos em prol de nascimentos de mais crianças para a Assistência, mais pobres, mais indigentes, crianças maltratadas,violentadas,alfobre peferencial do rosário conhecido dos comportamentos criminais. Ou então espectadores forçados de cenas canalhas de violência doméstica.
O recente crime da mulher de 24 anos,em Monção, mãe de mais 3 filhos, um já com 5, é bem elucidativo de que homem nenhum lá está, detido,responsável, na cena deste nefando caso.
Mas, os defensores da "vida de suplício" que se oferece a um ser tão pequeno, deviam lá estar, PORRA!!!!, no banco dos reús, PORRA!!!!junto com os Bentos e Bentas deste mundo e do outro e apanharem murro e pontapé, fome, frio, dores.
E não me digam que não é a mesma questão, porque é exactamente essa uma questão, patra além das já enunciadas.
O meu óbulo natalício, não foi para nenhum arrumador, nem nenhum sem-abrigo, mas sim para o MOVIMENTO DO SIM. Para que as mulheres pobres, do meu país, beneficiem de uma Lei, que as iguale às que se podem deslocar a Bafajoz ou Londres.
I. L.
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