Fragmentos # 1 - Auto-retrato
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ITÁLICO
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Catorze versos o soneto este é o primeiro
a vida de família tornou-se bem difícil
Ouvi falar da gente civilizada,
Atirávamos pedras
Nunca choraremos bastante
O primeiro olhar da janela de manhã
Camilo Pessanha (1867-1926) nasceu em Coimbra, tendo tirado o curso de Direito nessa cidade. Partiu para Macau e aí exerceu funções judiciais. O contacto com a cultura chinesa levou-o a escrever vários estudos e a fazer traduções de vários poetas chineses. Foram, todavia, os seus poemas simbolistas que largamente influenciaram a geração de Orpheu, desde Mário de Sá-Carneiro até Fernando Pessoa. Os seus poemas foram reunidos na colectânea Clepsidra, publicada em 1922, tendo sido Fernando Pessoa o principal mentor da edição. Camilo Pessanha morreu em Macau vítima do ópio. (in Projecto Vercial)
Demasiado visto. A visão abarcou todos os céus.
Deus, mais uma vez ao longo dos tempos enviaste mensageiros
X
Nem temor nem esperança assitem
Pedras se contraíram sob meus pés.
Maria Ângela Alvim nasceu no dia 1 de Janeiro de 1926 na fazenda do Pouso Alegre, município de Volta Grande, no Estado de Minas Gerais. É a mais velha de cinco irmãos, todos poetas. Leitora assídua de Simone Weil e de Santa Teresa de Ávila, pensa durante algum tempo seguir a vida religiosa. No início dos anos cinquenta, faz diversas viagens profissionais pelo interior do país, e depois à Argentina e à Europa. É durante uma dessas estadas que, sob o signo de Rilke, se liga a Lou-Albert Lasard. Maria Ângela Alvim falava admiravelmente dos poetas, com um fervor que só a sua penetrante lucidez podia igualar. Em breve, uma doença nervosa iria fazer desvanecer todos esses dons. No dia 19 de Outubro de 1959, Maria Ângela Alvim pôs fim aos seus dias. À excepção do livro Superfície (1950), os poemas de Alvim só serão publicados depois da sua morte.
In Superfície - Toda Poesia, apresentação de Max de Carvalho, Assírio & Alvim, Outubro de 2002.
Assinei meu nome tantas vezes